Cine PE começa hoje com o maior público do Brasil
Longa de Breno Silveira inicia a mostra no Recife, que terá homenagens a Fernando Meirelles, Cacá Diegues e Ney Matogrosso
26 de abril de 2012 | 3h 09
Luiz Carlos Merten - O Estado de S.Paulo
Com homenagens previstas a Fernando Meirelles, Cacá
Diegues e Ney Matogrosso, começa hoje o 14.º Cine PE - Festival do
Recife. Durante uma semana, o eixo do cinema brasileiro se desloca para
Pernambuco, que abriga uma importante atividade cinematográfica e, até 2
de maio, o Centro de Convenções de Olinda, convertido em megassala de
cinema, recebe o maior público do Brasil. São cerca de 3 mil
espectadores por sessão, e há casos de filmes (bons) que não fazem isso
nas salas.
Tatiana Ferro/Divulgação
João Miguel e Vinicius Nascimento em 'À Beira do Caminho'
Como todo ano, o Cine PE promove oficinas (de roteiro, com José
Roberto Torero; direção, com Jorge Bodanzky; e trilha sonora, com David
Tygell) e outorga no final os prêmios Calunga. O troféu homenageia a
boneca que é um elemento sagrado do candomblé da região. Sem a calunga,
que representa uma entidade ou rainha morta, não há maracatu, a grande
festa popular de Pernambuco, com seus ritmos afros. A lista dos filmes
concorrentes está no quadro abaixo. Na abertura, Recife recebe Breno
Silveira, fotógrafo convertido em diretor que iniciou com 2 Filhos de Francisco a onda de grandes êxitos de público da chamada 'Retomada'.
Conscientemente, ou não, Silveira refaz a trajetória inversa de Central do Brasil,
de Walter Salles, no qual Dora (Fernando Montenegro) acompanha o garoto
Josué (Vinicius de Oliveira) em busca do pai, no Nordeste. À Beira do Caminho
mostra o caminhoneiro João, interpretado por João Miguel, que recolhe o
menino Duda (Vinicius Nascimento) e lhe dá carona até São Paulo, onde
ele espera encontrar o pai. Dira Paes e Ângelo Antônio, que fazia o pai
de Zezé di Camargo e Luciano em 2 Filhos de Francisco, completam o elenco principal.
A seleção privilegia documentários (sobre Jorge Mautner e gente que vive na estrada) e ficções. Boca é sobre um famoso bandido da Boca do Lixo, em São Paulo; Paraísos Artificiais trata de rave e drogas sintéticas; Corda Bamba baseia-se no livro de Lygia Bojunga; e Na Quadrada das Águas Perdidas
tem um só ator em cena, Matheus Nachtergaele. Uma exposição inédita vai
mostrar como o cartunista Angeli vê o cinema brasileiro. Ele se
inspirou no universo dos mais de 500 filmes patrocinados pela Petrobrás e
criou 30 obras exclusivas, entre charges e tiras, que estarão no
Cine-Teatro Guararapes, o palácio do festival.
Os concorrentes:
À Beira do Caminho, de Breno Silveira
Boca, de Flávio Frederico
Corda Bamba, História de uma Menina Equilibrista, de Eduardo Goldenstein
Estradeiros, de Sérgio Oliveria e Renata Pinheiro
Na Quadrada das Águas Perdidas, de Wagner Miranda e Marcos Carvalho
Jorge Mautner - O Filho do Holocausto, de Pedro Bial e Heitor D'Alincourt
Paraísos Artificiais, de Marcos Prado
Fonte: O Estadão
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