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Cinema Latino

terça-feira, 21 de abril de 2009

Wagner Moura será Capitão Nascimento em Tropa de Elite 2


20 de Abr, Seg - 16h28 ( Redação Cineclick) - O ator Wagner Moura (Romance) colocou fim aos boatos e confirmou que viverá Capitão Nascimento em Tropa de Elite 2, em declaração ao jornal O Globo . Não foi definido nenhum outro nome do elenco.
Bráulio Mantovani (Última Parada 174) está a cargo do roteiro, que ainda se encontra na fase de desenvolvimento, mas já há previsão para o começo das filmagens, janeiro de 2010.
O diretor José Padilha está trabalhando também num outro, além de se dedicar ao Tropa 2. Atualmente, deu uma parada para escrever o roteiro da produção americana The Sigma Protocol,o filme é a adaptação de um romance póstumo de Robert Ludlum sobre filho de sobrevivente do Holocausto que se envolve em uma conspiração internacional comandada por industriais e banqueiros para tirar vantagem da moderna tecnologia de guerra. A produtora americana é a Strike Entertainment.
Os dois projetos não têm previsão de estreia, por enquanto.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

"El rey de la montaña" (Espanha/ 2008)


“El Rey de la Montaña” não é um terror propriamente dito, mas um suspense com ares de ação. Em um lugar com uma estrada imensa e várias curvas, um homem estaciona em um posto de gasolina para abastecer o seu carro, resolve ligar para sua namorada e dizer para ela que irá resgatá-la, mas suas tentativas são em vão e ele não escuta a voz dela ao telefone. Este homem é Quim (Leonardo Sbaraglia), que após o telefonema, vê uma jovem muito bonita roubar coisas na lojinha do posto. A misteriosa garota decide ir ao banheiro e ele vai também, lá dentro ele dá a desculpa que o banheiro dos homens está quebrado e ela diz não se importar. Mas eles acabam fazendo amor no local, e logo ela se despede dele. Quim se dá conta do desaparecimento de sua carteira e do isqueiro e decide seguir o carro da moça. Em um breve descuido, acaba por não ver mais o carro dela e acaba se perdendo. Mais adiante na estrada o carro de Quim é atingido. Ao verificar o furo de um projétil, ele decide caminhar um pouco para ver o que está em sua volta, mas ao tentar aproximar-se de um vulto que vem ao seu encontro é recebido por um tiro que lhe atinge a perna de raspão. Desesperado, ele tenta mais uma vez contato pelo celular, ligando para sua namorada Sofía, mas seu celular está fora de área. Casualmente ele encontra a tal jovem do posto no caminho, ela se chama Bea (María Valverde), mas logo são interceptados por dois policiais que lhes exigem documentos do veículo. Quim acaba confessando aos policiais que atropelou um homem em determinado ponto da estrada. O que complica a vida do jovem casal, pois são detidos e levados dentro do carro da polícia. Realmente o corpo do homem é encontrado na estrada, e um policial irá verificar. Não demora muito e o policial mais velho é morto, pelo(s) atirador (es) misterioso(s) da montanha. O policial mais jovem também é baleado, e os dois prisioneiros vivem momentos de tensão dentro do carro da polícia ao imaginarem que esse alguém que conduz as armas esteja por perto. Quim está algemado, e Bea com muita coragem consegue pegar as chaves e o tira dali. Eles fogem para a floresta. O outro policial que estava apenas baleado segue o casal, mas logo se torna mais uma presa dos caçadores lutando pela sobrevivência. Atravessam correntezas de rios e rochas e pedras perigosas, e em uma dessas corridas o policial fratura a perna e é morto pelos tais tiros que vem de algum lugar. Quim e Bea lutam desesperadamente pela vida, até que Bea é atingida no ombro, e ambos acabam caindo em um buraco. Quim consegue sair do lugar, e Bea não. Bea implora pela ajuda de Quim que está fora do buraco e este lhe diz que vai buscar algo para tirá-la de lá, mas ao invés disso corre como louco mata afora, quando se dá conta que deixou a companheira em perigo e a mercê dos franco atiradores, já é tarde. Ela é morta impiedosamente por dois meninos. Sim, são eles os tais “franco-atiradores”. Frios e arrogantes eles atiram na moça como se ela fosse uma caça e ainda fotografam o seu cadáver. E seguem pela montanha atrás dos seus alvos, e em um desses desertos lugares, eles (os meninos) abrem uma espécie de mapa para contabilizar os animais e pessoas que mataram pelo caminho e fazer um somatório de pontos do “jogo”.

Quim (Leonardo Sbaraglia) é o alvo de franco atiradores

Quim é o único sobrevivente da caçada cruel. O que produz choque neste filme, é que: as pessoas que estão atirando sejam apenas duas crianças. Crianças que estão “praticando tiro ao alvo” ou simplesmente colocando em prática o que fazem nos violentos jogos de videogame: matando um por um que aparecer pelo caminho para obter tais pontos e ser o ganhador do jogo. Realmente está dentro do filme uma crítica ao mundo dos jogos de computador, dos videogames e coisas do gênero. Não que todos os aficionados queiram levar à vida real, mas há o perigo de contribuição a uma sociedade violenta. As crianças da história matam sem arrependimento, sem uma noção real da dor, do desespero de quem está ali sendo caçado, sem culpa e por uma diversão macabra levada à vida real como se fosse um jogo virtual. E será apenas isso? Elas teriam uma mente doentia, psicopata? Há uma discussão profunda envolvendo o tema, talvez o mundo dos videogames seja um atalho para o afloramento de um mal que já está ali contido.
“El Rey de la Montaña” tem como diretor Gonzalo López-Gallego, que também escreveu o roteiro, que foi muito bem elogiado pelos críticos de cinema. Recebeu em Los Angeles diversos prêmios no Screamfest, Melhor Ator Leonardo Sbaraglia, Melhor Atriz María Valverde e Melhor Fotografia José David Montero.
O diretor quis mostrar não apenas uma história de perseguição, mas a real emoção de perigo das personagens que mal tiveram tempo de pensar em romance. Em cena: María Valverde (Bea) e Leonardo Sbaraglia (Quim).


Equipe de filmagens e atores

Ficha Técnica:
Título: El Rey de la Montaña
Ano: Espanha/ 2008.
Duração: 90 minutos.
Diretor: Gonzalo López-Gallego
Roteiro: Gonzalo López-Gallego, Javier Gullón
Música: David Crespo
Fotografia: José David Montero
Produtora: Decontrabando

Elenco:
Leonardo Sbaraglia
María Valverde
Pablo Menasanch
Francisco Olmo
Manuel Sánchez Ramos

domingo, 19 de abril de 2009

Estreia hoje na HBO a série argentina Epitáfios (segunda temporada)

Encontrei este artigo no encarte do jornal de domingo, também iria comentar a respeito dessa série, que tem feito sucesso na Argentina e nos canais por assinatura. Vale à pena conferir:

“Um assassino artista na nova temporada de Epitáfios”

"A produção da HBO Latin América, Epitáfios, estreia este domingo, às 22h, na HBO, uma segunda temporada com a mesma pegada da primeira. A série feita na Argentina, é sob medida para quem gosta de tramas policiais com mortes violentas e serial killers.
No novo ano, uma série de assassinatos reúne os veteranos detetives Renzo Márquez e Marina Segal (Julio Chávez e Cecília Roth).
O alvo da vez tem o capricho de reproduzir crimes do passado como se fossem obras de arte. O único que consegue prever os movimentos do matador em série é XL (Alejandro Awada), um paciente com problemas mentais que não consegue se comunicar com o mundo.
Além da ajuda de XL, os detetives poderão contar também com o novato Mariano Lagos (Juan Minujín), um investigados que tem uma particularidade: seu olfato é tão apurado que ele consegue encontrar provas apenas pelo cheiro".

O que eles esqueceram de mencionar é que o ator que viverá o maníaco é o experiente e talentoso argentino Leonardo Sbaraglia (na foto da série ele também aparece).

sábado, 18 de abril de 2009

"Tony Manero", filme chileno da temporada


A reportagem a seguir, retirei do site do Jornal O Estadão. Sempre que posto algo que não foi escrito por mim cito a fonte. Me chamou atenção o comentário do filme e gostaria de compartilhar:


Os embalos no Chile de Pinochet
O diretor Pablo Larraín fala do vazio humano que expressa em Tony Manero

Luiz Carlos Merten

Tudo começou com uma imagem, que o diretor chileno Pablo Larraín descobriu num livro de fotografias que folheava, por acaso, num museu na Espanha. Ele ficou tão impressionado que comprou o livro e, de volta ao Chile, mostrou a foto a seu amigo, o ator e diretor de teatro e TV Alfredo Castro. Um homem nu numa janela, o olhar vazio, mais do que perdido. Uma imagem de abandono, de vazio. Intrigados pelo enigma, Larraín e Castro começaram a construir uma história. Foi assim que chegaram a Tony Manero.


Somos todos latino-americanos, mas não é só a barreira da língua que separa o Brasil da América nuestra. Raras são as possibilidades de integração que se oferecem. Este é justamente um destes momentos especiais. Um evento que vai até dia 19 em diferentes unidades do Sesc, está revelando a cena chilena para os espectadores paulistanos. São grupos de teatros que vieram apresentar seus espetáculos. O sucesso da empreitada pode ampliar a janela, que pretende trazer grupos de toda a América Latina à cidade. A essa explosão teatral chilena em São Paulo se somou a estreia, ontem, de Tony Manero. O longa de Larraín estreou mundialmente no Festival de Cannes, no ano passado. Teve críticas ótimas - Cahiers du Cinéma, Libé, Le Monde. Revistas e jornais colocaram o filme nas nuvens.
Tony Manero estreou no Chile em agosto. Dividiu público e crítica. Larraín, numa entrevista por telefone, de Santiago, considera o fato positivo. "Ninguém ficou indiferente, é o mais importante. E a divisão é expressão do que trata o filme, que é a divisão da própria sociedade chilena em relação à herança do golpe militar de Pinochet." Em conversa com o diretor, o repórter explica que visitou o Chile em 1973, pouco antes do golpe que depôs o governo constitucional de Salvador Allende, e voltou há um par de anos, pouco mais, no alvorecer da era Michelle Bachelet, que colocou uma socialista na presidência do país. Larraín se regozija - "Então, você tem condições de entender tudo. Nosso filme se situa após o golpe, em 1978, quando se começa a construir o país que o Chile é hoje. Foi uma construção brutal, sangrenta. Tony Manero é sobre isso."
O filme tem o nome do personagem interpretado por Alfredo Castro. Aproveitando o fato de que São Paulo é palco de uma manifestação teatral do Chile, Larraín acrescenta, para contextualizar, que Castro é uma das figuras emblemáticas da cena de seu país, como o grupo que trouxe Sin Sangre à cidade. Tony Manero também é o nome do suburbano que John Travolta criou em Embalos de Sábado à Noite, o megassucesso de John Badham que, exatamente em 1978, há 31 anos, deflagrou a onda das discotecas ao redor do mundo. Travolta/Manero pôs o mundo inteiro para dançar. No Brasil, houve até uma novela que ficou lendária, Dancing Days, de Gilberto Braga, com Sônia Braga. O Chile, imerso nas feridas de uma das ditaduras mais violentas da história da América Latina, não escapou à tendência. Muitos chilenos se alienaram, dançando, até para fugir ao horror da realidade do país e ao desmonte das estruturas político-sindicais que transformaram o Chile de Pinochet em laboratório para as teorias dos papas do neoliberalismo econômico.
É disso que trata Tony Manero, mas Pablo Larraín o faz sem seguir o receituário do colonizado de Hollywood. O protagonista do filme, construído pelo diretor ao longo de dois anos de pesquisa com Alfredo Castro, é esse cinquentão que se obstina em imitar os trejeitos do herói de Travolta. Raul é seu nome e ele é a extensão final daquele homem desnudo e ausente que Larraín flagrou numa foto. Raul ataca estranhos sem motivos aparentes e, ao participar de um concurso de danças, aproveita o clima reinante no país de Pinochet para eliminar seus rivais.
"O filme é uma metáfora do que sucedeu no Chile. O tema é o vazio humano, o vazio ideológico que caracterizou a era Pinochet e é a herança terrível que ele nos deixou", diz o diretor. Pela banda de cá, há quem se queixe do roteiro, que não aprofundaria os meandros psicológicos do complexo personagem. A crítica é levada ao diretor, que comenta - "É uma leitura burguesa de um filme que pretende ser antiburguês. Acho bom que as pessoas se manifestem, no Chile ocorreu a mesma coisa, mas esse tipo de frase feita consegue ser mais vazio do que o vazio de que me acusam. E a verdade é que esse vazio não é meu nem do filme. É do personagem, que critico." A provocação do diretor - existem vazios intencionais, que o espectador de Tony Manero tem de preencher. "Isso aqui não é Hollywood, que serve o filme pronto, para que você não pense. Nosso convite não é para que o público dance com Raul. É para que pense com Tony Manero."


Serviço: Tony Manero (Chile/2008, 98 min.) - Drama. Dir. Pablo Larraín. 18 anos.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

"Los Abrazos Rotos"

Trailer do novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar:



quarta-feira, 15 de abril de 2009

'Estômago' ganha os principais prêmios do cinema


Selton Mello e Leandra Leal foram premiados respectivamente com os troféus de melhor ator e melhor atriz


Roberta Pennaforte, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - Se em 2008 todas as atenções se voltaram para o Capitão Nascimento de Tropa de Elite, este ano o Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro, organizado pela Academia Brasileira de Cinema, ficou dividido entre um traficante de classe média e um rapaz simples com incríveis dotes culinários: Meu Nome Não É Johnny venceu em seis categorias e Estômago, em cinco.

Enquanto o blockbuster de Mauro Lima levou os troféus Grande Otelo de ator (Selton Mello), atriz coadjuvante (Julia Lemmertz), roteiro adaptado, trilha sonora original, som e montagem, o modesto Estômago venceu o de melhor filme pelo voto popular (pela internet e mensagem de celular) e pela escolha do júri, diretor (Marcos Jorge), ator coadjuvante (Babu Santana) e roteiro original. Ambos já colecionam prêmios no Brasil e no exterior.
Leandra Leal ganhou na categoria melhor atriz, por Nome Próprio; Ensaio Sobre a Cegueira ficou com quatro dos chamados prêmios técnicos, direção de fotografia, direção de arte, efeitos visuais e maquiagem.

Selton Mello estava entre os mais emocionados. "A gente acha que não vai ficar nervoso, mas fica. É louco esse negócio de ‘melhor ator!’"

As escolhas foram feitas por produtores, cineastas e atores, num total de cerca de 300 membros da Academia, presidida pelo diretor Roberto Farias. A cerimônia foi realizada na casa de espetáculos Vivo Rio, e teve como apresentadores Daniel Filho e Marília Pêra. Eles sofreram com problemas no som (as vozes soaram sibiladas o tempo todo) e no teleprompter, que falhou seguidas vezes. Mas se saíram muito bem, fazendo graça e entretendo a plateia.

A noite teve alguns discursos interessantes, como o de Wagner Tiso, responsável pela premiada trilha sonora de Os Desafinados. "Muitas pessoas fingem que não gostam de ganhar prêmio, mas eu adoro. Merecemos ou não?"

Babu Santana lembrou a mãe: "Ela sempre quis que eu trouxesse um canudo de faculdade. Espero que isso aqui possa substituir!", brincou, com o troféu na mão.

Helvécio Ratton, diretor de Pequenas Histórias, sagrado melhor longa-metragem infantil, falou da necessidade de se insistir na produção nacional do gênero. "Nossas crianças estão tão acostumadas a ver filme americano desde cedo, que os filmes brasileiros é que parecem estrangeiros para elas."

Leandra Leal não pôde ir porque estava gravando em São Paulo. A mãe, a atriz Ângela Leal, tremia de orgulho ao falar por ela (o texto foi ditado pelo telefone): "Foi o cinema que me apresentou o que eu quero fazer até o fim da vida, no set de A Ostra e O Vento. Tinha eu 13 anos. O prêmio mostra que é possível fazer cinema autoral no Brasil sem grandes patrocínios."

Em plena discussão do novo modelo de Lei Rouanet, a questão financeira também foi mencionada pelo diretor de Estômago. "Esse filme é uma aventura que deu muito certo. É uma prova de que as lacunas, as dificuldades, podem ser preenchidas pela paixão da equipe."

Fernando Meirelles, diretor de Ensaio Sobre a Cegueira, felicitou o colega ao fim da cerimônia e disse que é bom ver que "não é preciso ter milhões de dólares" para fazer um bom filme.
O cineasta Nelson Pereira dos Santos foi homenageado pelos colegas, por seus 44 anos de carreira. Imagens de filmes como Rio 40 Graus, Rio Zona Norte, Memórias do Cárcere e Vidas Secas foram mostradas e Nelson foi aplaudido de pé. "É o prêmio mais valioso que estou recebendo na minha vida de cinema, porque vem dos meus colegas", agradeceu, com a voz embargada. "Estou emocionado. Ainda bem que só tenho 80 anos."

A cerimônia ainda lembrou o centenário de Carmen Miranda (e sua contribuição para o cinema nacional nos anos 30) e os 50 anos da morte de Villa-Lobos (o primeiro compositor a criar uma trilha sonora original para um filme brasileiro), além de premiar o esforço da Laborcine, laboratório carioca que restaurou toda a obra de Nelson.

O Mistério do Samba, de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor, que tem entre seus produtores Marisa Monte, foi premiado como melhor documentário e pela melhor montagem de documentário. Marisa disse que vai entregar o troféu para a Velha Guarda da Portela, retratada no filme.

Veja lista dos vencedores:
MELHOR FILME (JÚRI E VOTO POPULAR): Estômago
MELHOR ATOR: Selton Mello (Meu Nome não É Johnny)
MELHOR ATRIZ: Leandra Leal (Nome Próprio)
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Babu Santana (Estômago)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Julia Lemmertz (Meu Nome não É Johnny)
MELHOR DIRETOR: Marcos Jorge (Estômago)
MELHOR DOCUMENTÁRIO: O Mistério do Samba
MELHOR FOTOGRAFIA: Cesar Charlone (Ensaio sobre...)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Tulé Peake (Ensaio sobre...)
MELHOR TRILHA SONORA: Wagner Tiso (Os Desafinados)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Mariza Leão e Mauro Lima (Meu Nome não É Johnny)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Estômago
MELHOR FIGURINO: André Simonetti (Chega de Saudade)
MELHOR LONGA ESTRANGEIRO: Vicky Cristina Barcelona


domingo, 12 de abril de 2009

A família Lero Lero (1953)


O filme “A família Lero Lero” foi exibido hoje, domingo às 12h05 pela TV Brasil (Programa de Cinema). Assistir a este filme hoje é mergulhar na memória do cinema nacional e ter a oportunidade de ver em cena nossos grandes astros brasileiros, como o protagonista Walter D´Ávila no papel do funcionário público Aquiles Taveira.
Trata-se de uma comédia. O “aspone” Aquiles Taveira (D´Ávila) leva uma vida normalíssima em sua função no trabalho, mas tem que aturar os sonhos de grandeza de sua família, principalmente de seus filhos: um quer ser jogador de futebol, o outro cantor de rádio e a garota, estrela de cinema. Claro, estimuladíssimos pela mãe Dona Isolina (Marina Freire).Não agüentando a roubada que é a sua família, ele dá um golpe na empresa e se manda para o Guarujá, tentando ter uma vida de rei. Mas logo é seguido pela mulher, pelo filho, e um amigo da família. O que eles não sabem é que são seguidos por um investigador. Taveira vai preso e na prisão recebe o nome de “Rabo de Arraia”, mas é solto. Volta para o convívio familiar, coloca a família nos eixos, inclusive mandando os filhos trabalhar, deixa em ordem todas as funções da casa, volta para o trabalho, inclusive para assumir um excelente cargo. A comédia é da peça teatral de Raimundo Magalhães Jr. e foi adaptada por Maroel Silveira. Diversão garantida.
Ficha Técnica:
Título Original:
A Família Lero-Lero
Gênero: Comédia
Duração: 80 min.
Lançamento (Brasil): 1953
Estúdio: Vera Cruz
Distribuição: Columbia Pictures do Brasil
Direção: Alberto Pieralisi
Roteiro: Alinor Azevedo e Alberto Pieralisi
Produção: Vera Cruz
Música: Gabriel Migliori
Fotografia: Edgar Eichhorn
Desenho de Produção: Luciano Gregory
Edição: Carla Civelli e Oswald Hafenrichter

Elenco:
Walter D'Ávila (Taveira)
Marina Freire (Isolina)
Luiz Linhares (Teteco)
Ricardo Bandeira (Janjão)
Helena Barreto Leite (Laurita)
Elísio de Albuquerque (Laranjeira)

sábado, 11 de abril de 2009

Livro imperdível - "Ankito: minha vida... meus humores"


Ícone dos anos 50, Ankito nos deixou
Edilson Pereira



O comediante, que tinha o dom de arrancar muitas gargalhadas do público, morreu na semana passada de câncer, aos 85 anos de idade.
A morte de Anchizes Pinto, na última segunda-feira, dia 30 de março, encerra em definitivo não um ciclo do cinema nacional, concluído há muito, mas um círculo de pessoas vinculadas a uma era em que este cinema conciliava salas cheias e risos fartos. Anchizes é o nome do comediante Ankito, surgido nas telas no começo dos anos 50s e que morreu de câncer aos 85 anos.
A reação de algumas pessoas ao saberem da morte - "Nem sabia que estava vivo" - foi honesta e recorrente da cultura brasileira. Nomes que contribuíram para esta cultura são sumariamente esquecidos depois de certo tempo se não fizerem estardalhaço ou escândalo. Ainda mais no caso de Ankito, ícone dos anos 50s, que teve vida longa.
Contribui para o esquecimento, a falta de interesse na cultura brasileira que atinge boa parte da sociedade, a relação fugaz de hoje em dia com o produto cultural e o fato de as gerações jovens estarem ligadas em outros fenômenos, típicos de sua época. Tudo conspira contra e nada a favor.
Mas é bom que se registre: Ankito foi grande e dono de obra com atuações em 56 filmes. Depois de atingir o patamar de ícone popular, continuou trabalhando no cinema, teatro e televisão, mas, claro, sem reproduzir o sucesso de seus anos iniciais, principalmente no cinema, principalmente ao lado de Grande Otelo, amigo, comediante e ator.
Na realidade, Ankito, com Otelo, Oscarito e Zé Trindade formaram o quarteto de ouro de uma primeira leva de comediantes que arrancaram risos das massas. Havia, claro, outros comediantes bons surgindo ou produzindo, como Mazzaropi, que desenvolveu estilo e trajetória própria, independente e original. Mas o raio de ação do quarteto acima era maior e atingia público mais diversificado. Em comum, boa parte destes comediantes tinha a origem no circo e espetáculos em cassinos ou casas similares.
No caso de Ankito, paulista do Brás, filho do palhaço Faísca e sobrinho de Piolim, a ascendência circense nunca foi negada. Aos cinco anos estava no Globo da Morte e aos onze era acrobata no Cassino da Urca. Mais tarde diria: "Meu maior orgulho foi ter nascido em circo e aprendido tudo o que sei por lá com meus avôs e meus pais".
E, assim, fez história. Depois de estrear no teatro em 1949, Ankito chegou ao cinema em 1952, com É fogo na roupa em que suas palhaçadas eram entremeadas por participações musicais de Emilinha Borba, Jorge Goulart, Elizeth Cardoso e outros. Era o auge da chanchada - formato simples e fulminante do cinema brasileiro.
A chanchada arrastava milhares de pessoas às salas de cinema, para desespero dos intelectuais e críticos, entretinha, arrancava risos e seguia adiante porque vinha mais chanchada. Foi grande negócio - produziu cerca de 300 filmes - que predominou dos anos 30 ao final dos 50, invariavelmente botando carnaval e mulheres com as pernas de fora (muito discretas para os padrões atuais) ou simplesmente apelando a paródias de grandes sucessos do cinema americano. O formato deu certo, mas se esgotou.
No caso de Ankito, os filmes eram burlescos, ingênuos, de forte apelo popular. E tinham títulos coloquiais e sem pretensão. Coisas como Vai que é mole, Pé na tábua, Sai dessa recruta, Metido a bacana e Pistoleiro bossa nova, entre outros. Enquanto pontificava no cinema, Ankito dava as caras no teatro, mas tudo em seu gênero, em peças como Lá vem a cobra grande, É fogo na bica, Elas querem é poder, Deu viado na cabeça e Quem ó... na minha mulher. Também aí o compromisso era com o riso fácil. Como no circo.
A chanchada saiu do mapa no começo dos anos 60s. A partir dos anos 70s outro gênero surge em seu lugar, desta vez abolindo o riso e recorrendo ao erotismo e mulheres nuas: é a "pornochanchada", gênero que entrou em falência com a abertura democrática e importação de filmes suecos e dinamarqueses, que entravam direto no assunto. A pornochanchada não reservou muito espaço para os comediantes; não é mole concorrer com mulheres nuas. Além disso, a carreira de Ankito foi abreviada por um acidente durante as filmagens em 1960 - ele despencou de um prédio em construção, limitando os seus movimentos.
A partir dos anos 60s e principalmente dos 70s, Ankito passou a ter presença discreta, embora continuasse atuando no cinema, teatro e televisão, onde trabalhou em programas humorísticos e novelas. A partir de 1990, diminuiu o ritmo de trabalho. A penúltima peça foi em 1992; a derradeira em 2000. A última participação no cinema foi em 2004.
Nos últimos anos Ankito morava com a mulher, atriz Denise Casais, num sítio em Belford Roxo, Baixada Fluminense. Denise prestou-lhe bela homenagem, em vida, com apoio da Funarte. A biografia Ankito, minha vida ...meus humores levou quinze anos para ser escrita.
O livro de 200 páginas, muitas fotos, reproduções de cartazes de filmes e o essencial da carreira do comediante, serviu, na noite de lançamento, em fevereiro, para o derradeiro encontro de Ankito com os fãs e colegas do meio artístico. Ele se foi e o Brasil perde uma testemunha ocular e participativa de uma fase avacalhada, porém muito divertida, de sua cinematografia.

Fonte: Paraná Online


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