Achei no youtube este vídeo dos bastidores de duas novelas da Rede Globo onde participou Leila Diniz. Muito curioso.
Cine brasileiro, espanhol, argentino, identidade latina... atores, atrizes, curiosidades, filmes... vai lembrando...
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Cinema Latino
domingo, 16 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
Paola Oliveira protagoniza "Uma Professora Muito Maluquinha", longa inspirado na obra de Ziraldo
SÃO PAULO (Reuters) - De certa forma, o longa "Uma Professora Muito Maluquinha" é uma espécie de releitura infanto-juvenil do clássico "O Padre e a Moça", embora isso seja um detalhe que deve passar despercebido pelo público-alvo. Mas isso não importa, porque o longa cumpre sua função de se comunicar com as crianças, levando para as telas o livro do escritor-desenhista Ziraldo, com roteiro assinado por ele mesmo.
Na pele da personagem-título está Paola Oliveira, recém-saída da novela "Insensato Coração", em que viveu a heroína Marina. Aqui, a personagem é um tanto diferente. A professora Cate é uma moça à frente de seu tempo. Seus métodos pedagógicos não condizem com as diretrizes das escolas públicas da década de 1940.
Quando ela volta para sua cidade, no interior de Minas, e recebe uma classe de primário para ensinar, ela entra em choque com as professoras veteranas, que ensinam à moda antiga. Este é apenas um foco do filme, que tem um tom nostálgico sem soar empoeirado - o que pode agradar àqueles que já não estão mais na idade escolar.
Cate, além de dar aulas, é especialista em partir corações. Seja do poeta-bancário (Rodrigo Pandolfo), do professor de geografia (Max Fercondini), ou do galã local, Rodolfo Valentino (Ricardo Pereira). A relação mais tensa, no entanto, é com o jovem padre Beto (Joaquim Lopes), com quem viveria entre tapas e beijos se ele pudesse beijar, é claro.
Amigos de infância que se reencontram, Cate e Beto estão sempre batendo de frente porque ele é supervisor da escola e também não concorda com a pedagogia da moça, que inclui leituras de gibis, idas ao cinema e uma encenação de "Cleópatra". A verdade é que Cate é a professora que todos gostariam de ter tido em algum momento da vida.
Baseada em diversos educadores que Ziraldo realmente conheceu, ela é um tanto idealizada, mas muito palpável.
Dirigido por André Alves Pinto (sobrinho de Ziraldo) e Cesar Rodrigues, o filme se apega ao elemento emocional. Descobrimos Cate e nos apaixonamos por ela pelos olhos das crianças, seus alunos. Como diz o personagem-narrador no início do filme, no primeiro momento em que ela entra na sala de aula, "todos os meninos queriam crescer logo para se casar com ela, e as meninas queriam ser iguais a ela".
A interpretação de Paola Oliveira vai além da semelhança física com o desenho do livro original de Ziraldo. Com riso largo e fácil e olhos expressivos, não é difícil entender o encanto daquelas crianças por sua professora. Ela é capaz de ser doce sem cair no excesso de sacarina, divertida, sem ser espalhafatosa.
Boa parte do filme foi rodada em São João del Rey (MG). A arquitetura diversificada da antiga cidade mineira confere um ar de atemporalidade muito bem-vindo ao filme. É uma história que se situa no passado, ressoa no presente e tem algo a dizer sobre o futuro - levantando discussões sobre os caminhos do ensino no Brasil.
Na pele da personagem-título está Paola Oliveira, recém-saída da novela "Insensato Coração", em que viveu a heroína Marina. Aqui, a personagem é um tanto diferente. A professora Cate é uma moça à frente de seu tempo. Seus métodos pedagógicos não condizem com as diretrizes das escolas públicas da década de 1940.
Quando ela volta para sua cidade, no interior de Minas, e recebe uma classe de primário para ensinar, ela entra em choque com as professoras veteranas, que ensinam à moda antiga. Este é apenas um foco do filme, que tem um tom nostálgico sem soar empoeirado - o que pode agradar àqueles que já não estão mais na idade escolar.
Cate, além de dar aulas, é especialista em partir corações. Seja do poeta-bancário (Rodrigo Pandolfo), do professor de geografia (Max Fercondini), ou do galã local, Rodolfo Valentino (Ricardo Pereira). A relação mais tensa, no entanto, é com o jovem padre Beto (Joaquim Lopes), com quem viveria entre tapas e beijos se ele pudesse beijar, é claro.
Amigos de infância que se reencontram, Cate e Beto estão sempre batendo de frente porque ele é supervisor da escola e também não concorda com a pedagogia da moça, que inclui leituras de gibis, idas ao cinema e uma encenação de "Cleópatra". A verdade é que Cate é a professora que todos gostariam de ter tido em algum momento da vida.
Baseada em diversos educadores que Ziraldo realmente conheceu, ela é um tanto idealizada, mas muito palpável.
Dirigido por André Alves Pinto (sobrinho de Ziraldo) e Cesar Rodrigues, o filme se apega ao elemento emocional. Descobrimos Cate e nos apaixonamos por ela pelos olhos das crianças, seus alunos. Como diz o personagem-narrador no início do filme, no primeiro momento em que ela entra na sala de aula, "todos os meninos queriam crescer logo para se casar com ela, e as meninas queriam ser iguais a ela".
A interpretação de Paola Oliveira vai além da semelhança física com o desenho do livro original de Ziraldo. Com riso largo e fácil e olhos expressivos, não é difícil entender o encanto daquelas crianças por sua professora. Ela é capaz de ser doce sem cair no excesso de sacarina, divertida, sem ser espalhafatosa.
Boa parte do filme foi rodada em São João del Rey (MG). A arquitetura diversificada da antiga cidade mineira confere um ar de atemporalidade muito bem-vindo ao filme. É uma história que se situa no passado, ressoa no presente e tem algo a dizer sobre o futuro - levantando discussões sobre os caminhos do ensino no Brasil.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
Fonte: Cinema Uol
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Publicado em um blog sobre "O filme dos espíritos"
O Filme dos Espíritos é o filme nacional mais visto do fim de semana
O filme já atingiu a marca de 130 mil espectadores em todo o Brasil até esta quinta-feira
Escrito e dirigido por André Marouço e Michel Dubret, O Filme dos
Espíritos estreou na última sexta-feira, dia 7, em 144 salas do circuito
nacional, levou 75 mil pessoas aos cinemas no fim de semana e
conquistou o posto de produção brasileira mais assistida.
O filme manteve-se entre os dez mais vistos durante sua primeira
semana de exibição e, até o momento, soma mais de 130 mil espectadores.
Nascido no Projeto Mundo Maior de Cinema que, em 2009, recebeu cerca de
100 roteiros de jovens diretores e roteiristas, de diferentes regiões do
país, O Filme dosEspíritos foi produzido em cima de oito dos roteiros selecionados.
Uma distribuição Paris Filmes, o longa é uma homenagem ao 207º
aniversário de Allan Kardec, comemorado no dia 3 de outubro. É também a
terceira produção do gênero em que o ator Nelson Xavier participa.
Nascido no Projeto Mundo Maior de Cinema que, em 2009, recebeu cerca de 100 roteiros de jovens diretores e roteiristas, de diferentes regiões do país, O Filme dosEspíritos foi produzido em cima de oito dos roteiros selecionados.
Uma distribuição Paris Filmes, o longa é uma homenagem ao 207º aniversário de Allan Kardec, comemorado no dia 3 de outubro. É também a terceira produção do gênero em que o ator Nelson Xavier participa.
Além dele, compõem o elenco: Reinaldo Rodrigues, Sandra Coverloni e Luciana Gimenez, em participação especial.
Baseado na obra de Allan Kardec, escrita em 1857, O Filme dos Espíritos conta a história de Bruno, um homem de 40 anos que não consegue conviver com a dor da perda do emprego e da mulher.
Baseado na obra de Allan Kardec, escrita em 1857, O Filme dos Espíritos conta a história de Bruno, um homem de 40 anos que não consegue conviver com a dor da perda do emprego e da mulher.
Ao conhecer o conteúdo do Livro dos Espíritos, Bruno muda o seu olhar sobre a vida e tem suas convicções fortalecidas.
Colaboram nesse processo um antigo professor espírita e sua mulher.
Informações para Imprensa:
Foco Jornalístico – www.focojornalistico.com.br
Tel: (11) 3023.3940 / 3023.5814
Regina Cintra – regina@focojornalistico.com.br
Tel: (11) 9169.2312
Laila Abou – laila@focojornalistico.com.br
Fonte: Inteligemcia
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Rodrigo Santoro de volta ao cinema nacional
Rodrigo Santoro volta ao cinema nacional no filme ‘Meu país’; veja trailer
06/10/2011 | 17h03min
Rodrigo Santoro está entre nós novamente. Depois de bombar em produções de Hollywood, o ator volta às telas em um filme nacional. “Meu país”, que estreia amanhã, e e traz o galã num papel que lhe rendeu mais um idioma no currículo, além do português, espanhol e inglês. Isso porque, para dar vida a Marcos, Santoro, que é filho de italiano, teve que aprender a língua de seus antepassados. A novidade fez a alegria de seu avô, Salvatore, que se divide entre uma casa no país europeu e outra em Petrópolis (assim como o neto, que mantém um apartamento no Rio e outro em Los Angeles).— Meu pai nasceu na Itália, mas veio jovem para cá, não cresci falando italiano. Meu avô sempre disse que eu tinha que aprender por causa das raízes da família, e o filme me deu essa oportunidade. Hoje, eu entendo o idioma quando escuto, mas falar mesmo ainda é complicado, porque trabalhei só as falas para o filme — explica Santoro, que, no intensivo, contou com ajuda da atriz italiana Anita Caprioli, que faz Giulia, mulher de Marcos: — Quando contei para meu avô, ele virou e falou: “Finalmente!” (risos) Espero que “Meu país” fique tempo suficiente em cartaz para ele assistir quando voltar.
Vontade de ser pai
Ao contrário de Marcos, que corta os laços com a família para viver no exterior, Santoro não pensa em se mudar de vez para outro país. E olha que seu último filme nacional foi “Os desafinados”, em 2008. De lá para cá, no Brasil, o ator fez só TV.
— Nunca fiquei mais de dois meses afastado. Conselho para morar nos EUA não faltou, mas não quis. Para mim, existe um prazo de validade. Sempre que vou a razão é meu trabalho. Não passo férias fora, prefiro ficar aqui. Moro no Leblon, é onde estão minhas coisas. Gosto de ter minha vida aqui. Em Los Angeles, divido o aluguel de um apê com um amigo, só mesmo para ter uma base lá.
Quando o assunto é família, ele diz que ainda não pensa em aumentá-la.
— Cresci numa família muito bem estruturada, então, naturalmente, sempre pensei em ser pai. Mas não agora, meu tempo está muito corrido — explica o ator, que está solteiro: — Ainda tem isso né! (risos) Para ser pai é importante começar por aí.

Em “Meu país”, Marcos volta ao Brasil quando o pai, Armando (Paulo José), morre. Em São Paulo (Santoro, que é carioca, também teve que trabalhar o sotaque paulista), ele reencontra o irmão, Tiago (Cauã Reymond), e os dois descobrem que têm uma irmã, Manuela (Débora Falabella), de 24 anos, mas com idade mental de 6.
Próximos trabalhos
Rodrigo já está com três filmes prontos para estrear: o nacional “Heleno” e os hollywoodianos “Hemingway and Gellhorn”, com Clive Owen e Nicole Kidman, e “O que esperar quando você está esperando”, baseado no best-seller homônimo, no qual faz par com Jennifer Lopez. “Esse livro é um manual famosíssimo para grávidas. Ele não tem dramaturgia, é como um manual mesmo, mas o filme é feito de várias pequenas histórias. A minha fala sobre adoção”, conta o ator, que lembra: “Estava na casa da minha irmã, Flávia, quando me convidaram. Quando desliguei, contei para ela que faria um filme chamado ‘What expect when you're expecting’. Aí ela virou para mim, soltou um ‘Peraí!’ e correu para o quarto. Aí voltou com o livro na mão! É tão famoso que até ela leu quando engravidou do meu sobrinho, Frederico”.
Na TV, Santoro vai estar no telefilme “Homens de bem”, um dos especiais de fim de ano da Globo.

Extra Globo
Redação
Redação
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Cinema brasileiro não retrata realidade do país, diz especialista
O cinema brasileiro, que ficou famoso nos anos 1960 e 1970 com uma modalidade de arte de intervenção social, vive agora uma fase de “ensimesmamento”, com diretores preocupados em focar problemas de sua própria existência ou de pequenos grupos, disse à Agência Brasil o crítico cinematográfico José Carlos Monteiro, professor de cinema brasileiro da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para ele, o país está a ponto de se tornar uma potência econômica, mas mostra um cinema que é do "terceiro mundo". As tendências do mercado nacional de cinema estão sendo debatidas no Festival do Rio 2011, que ocorre até o próximo dia 18.
Segundo Monteiro, os filmes do passado testemunhavam os problemas, as dificuldades e contradições do país. Isso elevou o cinema nacional no ranking de filmes mais politizados, engajados e combativos, por meio do Cinema Novo (movimento cinematográfico brasileiro por um cinema com mais realidade, mais conteúdo e menor custo) e suas variantes. As produções que se seguiram ainda mostravam ao mundo a vitalidade e a força dos diretores brasileiros para abordar temas como migração, pobreza e violência urbana. “Esse tipo de intervenção social desapareceu na primeira década do século 21”, comentou.
Na opinião do crítico, os filmes agora têm as preocupações essenciais voltadas para problemáticas intimistas, enquanto o país ainda apresenta aspectos de uma realidade que mereceria foco mais combativo de profissionais que acham que cinema não é só entretenimento, opinou. “Os problemas cruciais estão longe da tela”.
Filmes como Tropa de Elite e Cidade de Deus, que retratam a criminalidade em abordagens fortes, ou os filmes de denúncia “são exceção em um panorama em que prevalece um tipo de cinema preocupado com o culto do eu”. Examinando-se o grosso da produção nacional, verifica-se que os filmes que tratam da realidade são documentários, observou.
Na análise de Monteiro, o cinema produzido hoje no Brasil acaba sendo igual ao de muitos outros lugares. “Perde até para as produções argentinas que, embora em menor escala, estão veiculando a dificuldade que é ser argentino nos dias de hoje”. Ele reconheceu que existem produções isoladas no Brasil que se preocupam em retratar a realidade. “Mas, no conjunto, a produção ainda é muito tímida em relação à realidade”.
De acordo com o professor da UFF, o governo federal já reconheceu que o cinema não é só mercado, é também cultura. Ele disse ser necessário que o governo apoie não só a produção, mas também a exibição desses filmes, para que possam chegar a um número cada vez maior de brasileiros. “Não há a circulação desse produto”.
O Brasil perde nessa área para outros países, como os Estados Unidos, que criou todos os mecanismos de incentivo para a difusão dos seus filmes, inclusive no exterior. “O cinema brasileiro só pode atingir o ranking de criatividade no qual estava décadas atrás se for um cinema autenticamente pessoal, um cinema de compromisso, um cinema-verdade. Porque, lá fora, eles têm tecnologia avançada, modalidades de financiamento e de circulação muito grandes”, apontou.
Sem diferencial, o professor disse que os filmes ficam em uma situação de total indiferença. Para ganhar visibilidade, o cinema tem que ter vigor e expressar a identidade do país. “E mostrar o filme aqui”.
José Carlos Monteiro enfatizou que o gargalo está em uma produção cinematográfica que é abundante, mas não é expressiva no sentido de mostrar a nossa identidade e de ser de alcance do público. Isso deve ocorrer, contudo, “sem obrigações draconianas”, mas a partir de negociações que incluam as televisões a cabo, sugeriu.
O cinema brasileiro, que ficou famoso nos anos 1960 e 1970 com uma modalidade de arte de intervenção social, vive agora uma fase de “ensimesmamento”, com diretores preocupados em focar problemas de sua própria existência ou de pequenos grupos, disse à Agência Brasil o crítico cinematográfico José Carlos Monteiro, professor de cinema brasileiro da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para ele, o país está a ponto de se tornar uma potência econômica, mas mostra um cinema que é do "terceiro mundo". As tendências do mercado nacional de cinema estão sendo debatidas no Festival do Rio 2011, que ocorre até o próximo dia 18.
Segundo Monteiro, os filmes do passado testemunhavam os problemas, as dificuldades e contradições do país. Isso elevou o cinema nacional no ranking de filmes mais politizados, engajados e combativos, por meio do Cinema Novo (movimento cinematográfico brasileiro por um cinema com mais realidade, mais conteúdo e menor custo) e suas variantes. As produções que se seguiram ainda mostravam ao mundo a vitalidade e a força dos diretores brasileiros para abordar temas como migração, pobreza e violência urbana. “Esse tipo de intervenção social desapareceu na primeira década do século 21”, comentou.
Na opinião do crítico, os filmes agora têm as preocupações essenciais voltadas para problemáticas intimistas, enquanto o país ainda apresenta aspectos de uma realidade que mereceria foco mais combativo de profissionais que acham que cinema não é só entretenimento, opinou. “Os problemas cruciais estão longe da tela”.
Filmes como Tropa de Elite e Cidade de Deus, que retratam a criminalidade em abordagens fortes, ou os filmes de denúncia “são exceção em um panorama em que prevalece um tipo de cinema preocupado com o culto do eu”. Examinando-se o grosso da produção nacional, verifica-se que os filmes que tratam da realidade são documentários, observou.
Na análise de Monteiro, o cinema produzido hoje no Brasil acaba sendo igual ao de muitos outros lugares. “Perde até para as produções argentinas que, embora em menor escala, estão veiculando a dificuldade que é ser argentino nos dias de hoje”. Ele reconheceu que existem produções isoladas no Brasil que se preocupam em retratar a realidade. “Mas, no conjunto, a produção ainda é muito tímida em relação à realidade”.
De acordo com o professor da UFF, o governo federal já reconheceu que o cinema não é só mercado, é também cultura. Ele disse ser necessário que o governo apoie não só a produção, mas também a exibição desses filmes, para que possam chegar a um número cada vez maior de brasileiros. “Não há a circulação desse produto”.
O Brasil perde nessa área para outros países, como os Estados Unidos, que criou todos os mecanismos de incentivo para a difusão dos seus filmes, inclusive no exterior. “O cinema brasileiro só pode atingir o ranking de criatividade no qual estava décadas atrás se for um cinema autenticamente pessoal, um cinema de compromisso, um cinema-verdade. Porque, lá fora, eles têm tecnologia avançada, modalidades de financiamento e de circulação muito grandes”, apontou.
Sem diferencial, o professor disse que os filmes ficam em uma situação de total indiferença. Para ganhar visibilidade, o cinema tem que ter vigor e expressar a identidade do país. “E mostrar o filme aqui”.
José Carlos Monteiro enfatizou que o gargalo está em uma produção cinematográfica que é abundante, mas não é expressiva no sentido de mostrar a nossa identidade e de ser de alcance do público. Isso deve ocorrer, contudo, “sem obrigações draconianas”, mas a partir de negociações que incluam as televisões a cabo, sugeriu.
Da Agência Brasil
Fonte: Diário de Pernambuco
Para ele, o país está a ponto de se tornar uma potência econômica, mas mostra um cinema que é do "terceiro mundo". As tendências do mercado nacional de cinema estão sendo debatidas no Festival do Rio 2011, que ocorre até o próximo dia 18.
Segundo Monteiro, os filmes do passado testemunhavam os problemas, as dificuldades e contradições do país. Isso elevou o cinema nacional no ranking de filmes mais politizados, engajados e combativos, por meio do Cinema Novo (movimento cinematográfico brasileiro por um cinema com mais realidade, mais conteúdo e menor custo) e suas variantes. As produções que se seguiram ainda mostravam ao mundo a vitalidade e a força dos diretores brasileiros para abordar temas como migração, pobreza e violência urbana. “Esse tipo de intervenção social desapareceu na primeira década do século 21”, comentou.
Na opinião do crítico, os filmes agora têm as preocupações essenciais voltadas para problemáticas intimistas, enquanto o país ainda apresenta aspectos de uma realidade que mereceria foco mais combativo de profissionais que acham que cinema não é só entretenimento, opinou. “Os problemas cruciais estão longe da tela”.
Filmes como Tropa de Elite e Cidade de Deus, que retratam a criminalidade em abordagens fortes, ou os filmes de denúncia “são exceção em um panorama em que prevalece um tipo de cinema preocupado com o culto do eu”. Examinando-se o grosso da produção nacional, verifica-se que os filmes que tratam da realidade são documentários, observou.
Na análise de Monteiro, o cinema produzido hoje no Brasil acaba sendo igual ao de muitos outros lugares. “Perde até para as produções argentinas que, embora em menor escala, estão veiculando a dificuldade que é ser argentino nos dias de hoje”. Ele reconheceu que existem produções isoladas no Brasil que se preocupam em retratar a realidade. “Mas, no conjunto, a produção ainda é muito tímida em relação à realidade”.
De acordo com o professor da UFF, o governo federal já reconheceu que o cinema não é só mercado, é também cultura. Ele disse ser necessário que o governo apoie não só a produção, mas também a exibição desses filmes, para que possam chegar a um número cada vez maior de brasileiros. “Não há a circulação desse produto”.
O Brasil perde nessa área para outros países, como os Estados Unidos, que criou todos os mecanismos de incentivo para a difusão dos seus filmes, inclusive no exterior. “O cinema brasileiro só pode atingir o ranking de criatividade no qual estava décadas atrás se for um cinema autenticamente pessoal, um cinema de compromisso, um cinema-verdade. Porque, lá fora, eles têm tecnologia avançada, modalidades de financiamento e de circulação muito grandes”, apontou.
Sem diferencial, o professor disse que os filmes ficam em uma situação de total indiferença. Para ganhar visibilidade, o cinema tem que ter vigor e expressar a identidade do país. “E mostrar o filme aqui”.
José Carlos Monteiro enfatizou que o gargalo está em uma produção cinematográfica que é abundante, mas não é expressiva no sentido de mostrar a nossa identidade e de ser de alcance do público. Isso deve ocorrer, contudo, “sem obrigações draconianas”, mas a partir de negociações que incluam as televisões a cabo, sugeriu.
O cinema brasileiro, que ficou famoso nos anos 1960 e 1970 com uma modalidade de arte de intervenção social, vive agora uma fase de “ensimesmamento”, com diretores preocupados em focar problemas de sua própria existência ou de pequenos grupos, disse à Agência Brasil o crítico cinematográfico José Carlos Monteiro, professor de cinema brasileiro da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para ele, o país está a ponto de se tornar uma potência econômica, mas mostra um cinema que é do "terceiro mundo". As tendências do mercado nacional de cinema estão sendo debatidas no Festival do Rio 2011, que ocorre até o próximo dia 18.
Segundo Monteiro, os filmes do passado testemunhavam os problemas, as dificuldades e contradições do país. Isso elevou o cinema nacional no ranking de filmes mais politizados, engajados e combativos, por meio do Cinema Novo (movimento cinematográfico brasileiro por um cinema com mais realidade, mais conteúdo e menor custo) e suas variantes. As produções que se seguiram ainda mostravam ao mundo a vitalidade e a força dos diretores brasileiros para abordar temas como migração, pobreza e violência urbana. “Esse tipo de intervenção social desapareceu na primeira década do século 21”, comentou.
Na opinião do crítico, os filmes agora têm as preocupações essenciais voltadas para problemáticas intimistas, enquanto o país ainda apresenta aspectos de uma realidade que mereceria foco mais combativo de profissionais que acham que cinema não é só entretenimento, opinou. “Os problemas cruciais estão longe da tela”.
Filmes como Tropa de Elite e Cidade de Deus, que retratam a criminalidade em abordagens fortes, ou os filmes de denúncia “são exceção em um panorama em que prevalece um tipo de cinema preocupado com o culto do eu”. Examinando-se o grosso da produção nacional, verifica-se que os filmes que tratam da realidade são documentários, observou.
Na análise de Monteiro, o cinema produzido hoje no Brasil acaba sendo igual ao de muitos outros lugares. “Perde até para as produções argentinas que, embora em menor escala, estão veiculando a dificuldade que é ser argentino nos dias de hoje”. Ele reconheceu que existem produções isoladas no Brasil que se preocupam em retratar a realidade. “Mas, no conjunto, a produção ainda é muito tímida em relação à realidade”.
De acordo com o professor da UFF, o governo federal já reconheceu que o cinema não é só mercado, é também cultura. Ele disse ser necessário que o governo apoie não só a produção, mas também a exibição desses filmes, para que possam chegar a um número cada vez maior de brasileiros. “Não há a circulação desse produto”.
O Brasil perde nessa área para outros países, como os Estados Unidos, que criou todos os mecanismos de incentivo para a difusão dos seus filmes, inclusive no exterior. “O cinema brasileiro só pode atingir o ranking de criatividade no qual estava décadas atrás se for um cinema autenticamente pessoal, um cinema de compromisso, um cinema-verdade. Porque, lá fora, eles têm tecnologia avançada, modalidades de financiamento e de circulação muito grandes”, apontou.
Sem diferencial, o professor disse que os filmes ficam em uma situação de total indiferença. Para ganhar visibilidade, o cinema tem que ter vigor e expressar a identidade do país. “E mostrar o filme aqui”.
José Carlos Monteiro enfatizou que o gargalo está em uma produção cinematográfica que é abundante, mas não é expressiva no sentido de mostrar a nossa identidade e de ser de alcance do público. Isso deve ocorrer, contudo, “sem obrigações draconianas”, mas a partir de negociações que incluam as televisões a cabo, sugeriu.
Da Agência Brasil
Fonte: Diário de Pernambuco
terça-feira, 11 de outubro de 2011
'A pele que habito', de Pedro Almodóvar, abre o Festival do Rio 2011
Jornal do Brasil
Gabriel Medeiros
O que significa ser genial no cinema contemporâneo? No caso
específico de dois grandes cineastas do nosso tempo, Quentin Tarantino e Pedro
Almodóvar, a criação de uma obra-prima passa pelo processo de construção de um
sistema de referências (filmes vistos, livros lidos, situações vividas, etc.),
que precisa ser desconstruído, misturado e reinventado para que algo novo possa
nascer de coisas que já foram utilizadas antes. No caso do cineasta espanhol, a
mescla de gêneros, que podem ir do filme noir ao melodrama, da comédia
escrachada à ficção científica, tudo isso em um mesmo filme (ou, até mesmo, em
uma única cena!), sempre foi sua marca registrada. Em A Pele que Habito, que
invade as telas do festival do Rio 2011, temos a oportunidade e o privilégio de
observar a maestria do diretor em controlar essa salada de gêneros, em mais uma
trama de complexidade única, que já nos acostumamos a ver em grandes filmes
como Fale com ela (2002) e Má
educação(2004).
Em 'A pele que habito', por trás da complexa trama,
Almodóvar traz ainda uma complexa discussãoEm 'A pele que habito', por trás da
complexa trama, Almodóvar traz ainda uma complexa discussão.
A história se passa no sugestivo ano de 2012 (seria uma
ironia colocar sua história futurista tão próxima do nosso tempo?), e traz o
impecável Antonio Banderas como o bem-sucedido cirurgião plástico Richard
Legrand que, após a trágica morte de sua esposa (que tem seu corpo
completamente incinerado em um acidente), parte em busca de uma “pele
perfeita”, que poderia tê-la salvado. Sem limites em sua insaciável busca,
Richard é capaz de tudo para tentar reescrever a história e evitar o
inevitável.
A verdade é que qualquer resenha sobre a nova película de
Almodóvar seria redutível em relação à grandiosidade da obra. O diretor vai e
volta no tempo e constrói a história de forma que nossas emoções fiquem sempre
suspensas, na espera do que pode acontecer no momento seguinte. E as
reviravoltas não param em nenhum momento da trama.
Antonio Banderas como o bem-sucedido cirurgião plástico
Richard LegrandAntonio Banderas como o bem-sucedido cirurgião plástico Richard
Legrand.
O diretor francês François Truffaut disse uma vez que o
diretor de cinema era o único que não podia se queixar de nada, pois,
independente do que fizesse, o filme teria a sua marca no final. Almodóvar tem
a consciência disso e sabe a responsabilidade que sua posição traz. Ele tem o controle perfeito sobre o tempo
cinematográfico, sobre o espaço cênico e sobre o que seus atores têm a
oferecer. Com isso, cria momentos de sensibilidade ímpar. A mescla de
sentimentos opostos e de gêneros completamente diferentes em uma mesma cena é a
maneira que Almodóvar tem de mostrar a sua visão sobre a vida, em que tragédia,
comédia e melodrama digno de novela mexicana estão sempre misturados, com
limites muito mal-estabelecidos entre eles.
Em A pele que habito, por trás da complexa trama, Almodóvar
traz ainda uma complexa discussão. Na busca do homem pelo controle sobre a
vida, na tentativa eternamente frustrada de evitar a morte e alcançar a
eternidade, vimos nossas ciências e tecnologias chegarem a níveis extremos de
evolução. E se, nessa busca, tivermos a chance de enfim darmos à luz a esse
“super-homem”? Quais são os limites que estaremos dispostos a ultrapassar e os
sacrifícios que estaremos dispostos a fazer? A última fala do filme pode ser,
talvez, um sopro desesperado para que se veja a humanidade por trás de toda a
“perfeição” técnica. A superficialidade dessa última não pode se sobrepor à
intensidade da primeira.
Com seu ensaio sobre amor, ódio, vingança e busca pelo
inalcançável, Pedro Almodóvar nos brinda com mais uma pérola de seu cinema
único. Um filme imperdível.
Cotação: **** (Excelente)
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Antonio Banderas diz que trabalhar com Almodóvar é um ato de fé
Antonio Banderas voltou a trabalhar com Pedro Almodóvar
Antonio Banderas estreia na próxima sexta-feira (14) nos
Estados Unidos o filme A Pele que Habito, que marca seu reecontro com o diretor
Pedro Almodóvar. Para o ator, trabalhar com o cineasta espanhol representa
"um ato de fé", afirmou à Agência Efe.
E acrescentou: "temos de acreditar no que fazemos.
Lembro que tinha medo quando gravei A Lei do Desejo. O filme acabou se tornando
um clássico porque rompe narrativas", disse o ator.
O ator faloubtambém sobre as características do cineasta.
"Pedro tem coragem de continuar experimentando e propondo mundos novos, e
é isso o que me atrai", acrescentou.
Os dois trabalharam em seis filmes - Labirinto de Paixões
(1982), Matador (1985), A Lei do Desejo (1986), Mulheres à Beira de um Ataque
de Nervos (1988), Ata-me (1989) e agora, mais de 20 anos depois, A Pele que
Habito.
"É muito bom voltar para casa, voltar à família
Almodóvar, com a qual tenho uma longa história", destacou o ator espanhol.
Duas décadas se passaram desde que Banderas foi para os Estados Unidos.
"Agora estes dois mundos se unem em minha vida profissional: de um lado o
cinema que explora as complexidades do ser humano, e do outro o cinema
entendido como indústria. É quase uma metáfora da minha vida aqui. E estou
muito feliz de voltar a trabalhar com Pedro", declarou.
O filme, um thriller futurista de terror com toques de humor
puramente almodovariano, conta a história de Vera (Elena Anaya), uma belíssima
mulher criada por Legrand que vive fechada e observada, e cujo único objetivo é
fugir.
Tanto Almodóvar como o próprio Banderas e Elena Anaya
convenceram a crítica americana, que já começou a especular possíveis
candidaturas ao Oscar.
"A expectativa gera frustrações e eu prefiro não pensar
nisso. Mas se acontecer, será muito bom", comentou Banderas.
Fonte: Cinema Terra
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