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Cinema Latino

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Virgínia Lane

No dia 28 de fevereiro de 1920, nascia no Rio de Janeiro, a vedete, ex-cantora e atriz brasileira, Virgínia Giaccone. Ou melhor, Virgínia Lane. Foi aluna de colégio interno, o Regina Coeli, onde estudou dos seis aos 14 anos. Depois foi para o Instituto Lafayette (conceituado colégio localizado no bairro carioca de Botafogo). Virgínia chegou ainda a cursar o primeiro ano de Direito. Participou de 37 filmes, e chegou a montar sua própria companhia para levar o teatro de revista a diversas regiões do Brasil. 1935 conduzida por César Ladeira começou sua carreira como cantora na Rádio Mayrink Veiga, no programa “Garota Bibelô”. Foi levada por Joaquim Rolla, para o prestigiado Cassino da Urca. Lá ela foi “crooner” e bailarina das orquestras de Carlos Machado, Vicente Paiva e Kolman, onde passou a figurar em grandes shows, ao lado de Rei Ventura, Tommy Dorsy e Bennie Goodman, em uma série de espetáculos internacionais. Trabalhou na TV Tupi nos programas “Tonelux” e no infantil “Coelhinho Teco-Teco”. Fez diversos filmes na Atlântica e Cinédia, entre os quais, "Tudo Azul", "Anjo do Lodo", "Pé na Tábua", "Carnaval no Fogo"; "Laranja da China", "Mulher de Verdade", dentre outros, muitos dirigidos por Watson Macedo e nos quais contracenou com artistas como Grande Otelo, Oscarito e Zé Trindade. Foi em “Anjo do Lodo” (1951) que um aspecto do filme fez história: a sua nudez total. “Anjo do lodo” era a versão cinematográfica e moderna do romance “Lucíola”, de José de Alencar. A tão polêmica cena era de dança e orgia, ousado para os padrões daquele tempo. O filme escandalizou a sociedade da época mesmo com cortes severos, a censura não permitia a exibição do corpo da atriz e o que foi visto foram apenas suas pernas. Assim anos depois a carioca e também ex-vedete Norma Bengell, com o filme “Os Cafajestes” (1962) faria o primeiro nu frontal. Mas a coragem de Virgínia desafiou e quebrou tabus do seu tempo e está na memória do cinema nacional.
Com o presidente Getúlio Vargas


Seu último filme foi em 1997, ou melhor, uma participação no curta "Vox Populi", de Marcelo Laffitte. Desde 1970 mora na cidade de Barra do Piraí, onde trabalhou como Secretária de Turismo. Mora acompanhada apenas por uma filha adotiva, só sai em público para algumas participações em shows e TV. “A rainha da Cinelândia”, assim como era conhecida Virgínia Lane teve um relacionamento amoroso que durou um pouco mais de dez anos com o ex-presidente Getúlio Vargas. É dela a famosa frase em referência ao seu affair com Getúlio: "a barriguinha dele atrapalhava, mas tudo se resolvia na horizontal". Para celebrar os seus mais de 60 anos de carreira, aos 87 anos Virgínia Lane estreou em tempos recentes o espetáculo ‘Sua Excelência, a Vedete do Brasil’. Curiosidade: ela esteve presente em alguns filmes em que aparecia a Carmen Miranda, aqueles da Cinédia nos tempos de Adhemar Gonzaga como “Alô, Alô Carnaval”, nele ela figurou como vedete.

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