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Cinema Latino

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Neta de Tom Jobim fala de filme sobre o avô

Neta de Tom Jobim divide com Nelson Pereira dos Santos a direção de filme sobre a obra do avô


Ailton Magioli - EM Cultura
   
Marcos Vieira/EM/D. A Press
A diretora Dora Jobim, neta de Tom, chegou ao cinema depois de estudar piano, canto e violão
Na infância, ela ficava encafifada ao ouvir os versos da canção do amigo do avô, que acabaram responsáveis pelo seu batismo. “Dora, rainha cafuza de um maracatu?”, interrogava-se Dora Jobim, de 35 anos, sem entender, na época, o que Dorival Caymmi queria dizer com aquilo. “Cafuza era muito para uma criança”, justifica hoje a neta de Tom Jobim, que divide com Nelson Pereira dos Santos a direção do documentário A música segundo Tom Jobim.
Filha do músico Paulo Jobim e da professora de design Eliane Jobim, responsável pelo cartaz do documentário musical, Dora lembra que, como ex-estudante da matéria na qual a mãe é especializada, ela passou da colagem para a animação, antes de chegar ao cinema. Como neta e filha de músicos, no entanto, ainda menina foi fazer a “lição de casa”: matriculou-se em aulas de música, mais especificamente de piano.

Com a “complicação” da então estudante diante das partituras, ela trocou o piano pelo violão, que julgava mais fácil, até mudar novamente de curso, quando optou pelo canto. “Aula de música faz parte da formação da sensibilidade”, reconhece Dora, que acabou se sentindo mais à vontade no canto, graças às aulas que ficaram a cargo da prima Heloísa Madeira.

A curta trajetória musical de Dora Jobim não foi suficiente para demovê-la da ideia de fazer cinema. Depois da abandonar a faculdade de design, a neta de Tom, que é irmã do pianista Daniel Jobim, voou para Nova York, onde, além do inglês, foi estudar cinema,“em temporadas”, com faz questão de dizer. Fez edição, depois animação seguida de “truca” (equipamento responsável por fazer “truques” de cinema e, sobretudo, para filmar desenho animado), lista Dora Jobim.

Entre idas e voltas para novas temporadas de estudo de cinema em Nova York, ganhou uma câmera de vídeo, enquanto prosseguia no que classifica de “superformação prática”, graças à qual foi companheira de sala até da atriz Angelina Jolie. Na primeira vez que trabalhou com uma câmera, recorda, Dora editou na moviola.

“É uma lembrança que ficou lá nas noções básicas de cinema”, diz a diretora, que, no vaivém Brasil-EUA, em fins dos anos 1990, reencontrou o pai, Paulo Jobim, que trabalhava na trilha do longa-metragem O viajante, de Paulo Cezar Saraceni, de autoria de Túlio Mourão, e para a qual o avô Tom Jobim deixou pronto o tema Maria é dia.

“Pedi estágio e acabei na fotografia, com o Mário Carneiro”, recorda da primeira grande vivência, quando ficou dois meses no set em Ubá, na Zona da Mata mineira, onde o filme foi rodado. “Foi um barato, foi o meu primeiro contato com o cinema, em uma produção grande”, lembra Dora Jobim.

Musicais A seguir, mais precisamente em 2003, já ciente do que queria, ela abriu, em parceria com Gabriela Gastal e Gabriela Figueiredo, a produtora Samba Filmes, com sede no Rio, passando a se dedicar, principalmente, a projetos de DVDs musicais, além de clipes e projetos para a web e documentários.

Entre os DVDs produzidos pela empresa estão Ária ao vivo, de Djavan, gravado no Palácio das Artes; O mundo e Vagabundo, de Ney Matogrosso e Pedro Luís e A Parede; Acesa, de Alcione; Live in Rio, de Eagle Eye Cherry; Infinito ao meu redor, de Marisa Monte, e Melhor assim, de Teresa Cristina, entre outros. “A Samba Filmes tem esse tom meio lá meio cá, de imagem e som”, justifica a atração por manifestações diferentes na área. Na TV, atualmente, a empresa de Dora produz a série Som do vinil, de Charles Gavin, para o Canal Brasil.

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