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Cinema Latino

domingo, 9 de junho de 2013

Entrevista com o diretor de "Odeio o Dia dos Namorados"


Diretor de "Odeio o Dia dos Namorados" fala sobre o sucesso da comédia no país
Roberto Santucci encara o desafio de repetir a performance dos filmes "De Pernas pro Ar" (2010) e "Até que a Sorte nos Separe" (2012)




"As comédias estão inflacionadas, começaram a dar muito dinheiro", diz Santucci
Foto: Agência Febre / Divulgação
Roger Lerina
roger.lerina@zerohora.com.br


Depois de levar mais de 10 milhões de pessoas aos cinemas com apenas três filmes, o carioca Roberto Santucci encara o desafio de repetir a performance em Odeio o Dia dos Namorados. Diferentemente dos sucessos anteriores De Pernas pro Ar (2010) e Até que a Sorte nos Separe (2012), a comédia romântica estrelada por Heloísa Périssé é mais sofisticada e menos popularesca. Aos 46 anos, o atual midas do cinema brasileiro não quer ficar só rindo à toa: sonha em dirigir filmes de drama e ação. Enquanto isso, faz comédias:

Zero Hora – Como nasceu o projeto do filme?

Roberto Santucci – Na verdade, o convite partiu da produtora, que é como tem acontecido comigo. Fui chamado primeiramente para fazer outro filme, Loucas pra Casar, mas a produtora pediu para eu assumir antes o projeto do Odeio.... Daí, chamei o Cursino, parceiro no De Pernas por Ar. Fizemos mudanças no roteiro, colocamos a coisa do conto de (Charles) Dickens (Um Conto de Natal, publicado em 1843), com passado, presente e futuro. Pedi uma grande cena de ação, que foi a batida de carro. A ideia era fazer algo mais sofisticado do que um filme sobre Dia dos Namorados.

ZH – Como foi trabalhar com Heloísa Périssé?

Santucci – Convidamos a Heloísa para o papel. Nossa filosofia de trabalho é estarmos com quem a gente conhece. No De Pernas pro Ar, trabalhamos com a Ingrid Guimarães (Cursino foi roteirista da série Sob Nova Direção). É mais fácil escrever as piadas.

ZH – Qual sua opinião sobre o sucesso atual da comédia no país?

Santucci – As comédias estão inflacionadas, começaram a dar muito dinheiro. O mercado está vendo a comédia como um gênero para ganhar dinheiro. Isso é uma falha, essa onda vai passar. Daqui a pouco surge outro gênero de sucesso. A comédia nunca vai morrer, mas acho que não vai ter essa intensidade toda. A gente tem que colocar antes de qualquer coisa o cinema brasileiro nas telas. Não acho positivo para o cinema brasileiro ficar lutando contra as comédias. Somos Tão Jovens, por exemplo, vai esquentar o gênero de biografias musicais. O importante é não perdermos o market share para o cinema americano.

ZH – Quais são seus próximos projetos?

Santucci – Tem a comédia Loucas pra Casar, e o Cursino está desenvolvendo dois roteiros para atender aos distribuidores. Isso serve de moeda de troca para que financiem meus projetos. Usei a comédia para entrar no cinema. Fiz dois filmes no ano passado, estou fazendo o que o mercado oferece, mas quero fazer projetos pessoais.

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