Carlos Diegues, mais conhecido como Cacá Diegues, nasceu em Maceió no dia 19 de maio de 1940. É um dos mais importantes diretores de cinema no Brasil, suas obras defendem a liberdade de expressão e de idéias.
Cacá é de uma família de pequenos proprietários rurais. Ainda pequeno, sua família se mudou para o Rio de Janeiro, indo morar em Botafogo, bairro onde passou toda a sua infância e adolescência. Estudou no Colégio Santo Inácio, dirigido por jesuítas, até prestar vestibular para PUC do Rio de Janeiro, onde estudou Direito. Nesse período não havia no Brasil, escolas de cinema. Na PUC, como presidente do Diretório Estudantil, fundou um cineclube e começou suas atividades de cineasta amador, na companhia de David Neves, Arnaldo Jabor, Paulo Perdigão e outros. Ainda estudante, dirigiu o jornal O Metropolitano, órgão oficial da União Estadual dos Estudantes cariocas, e se juntou a Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes.
Nesse período, em colaboração com David Neves e Affonso Beato, realizou três curta-metragens, entre os quais Domingo, um dos filmes pioneiros do movimento. Tanto o grupo da PUC, quanto o de O Metropolitano, se tornaram (1960) um dos núcleos de fundação do Cinema Novo, do qual foi um dos líderes, junto com Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo César Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade, entre outros. No CPC, dirigiu seu primeiro filme profissional, em 35mm, Escola de Samba Alegria de Viver, episódio do longa-metragem Cinco Vezes Favela (1962), filme composto de outros episódios dirigidos por Andrade, Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges. Participou da resistência intelectual e política à ditadura militar, e deixou temporariamente o Brasil (1969), vivendo primeiro na Itália e depois na França, na companhia da cantora Nara Leão, então sua esposa.
Sua primeira filha, Isabel, nasceu em Paris (1970) e de volta ao Brasil, ele ainda realizou mais dois filmes, em plena fase negra da ditadura. Com seus 15 filmes longa, entre eles Ganga Zumba (1964), A grande cidade (1966), Os herdeiros (1970), Quando o carnaval chegar (1972), Joana, a francesa (1973), Xica da Silva (1976), Chuvas de verão (1978), Bye-bye, Brasil (1979), Quilombo (1984) e Dias melhores virão (1990), participou de vários festivais internacionais, como Cannes, Veneza, Berlim, Nova York, Toronto etc., obtendo alguns prêmios importantes, e tendo exibições comerciais na Europa, nos Estados Unidos e em toda a América Latina, tornando-o um dos realizadores brasileiros mais conhecidos em todo o mundo.
Seus filmes e sua carreira são citados em todas as enciclopédias de cinema, com destaque particular. Na juventude defendeu a participação do cinema na batalha das idéias, e na maturidade, condenou o chamado patrulhamento ideológico na criação da obra de arte. Sua obra tem sido objeto de estudos e teses publicados no Brasil e em outros países. Na França recebeu o título da Ordre des Arts et des Lettres, da qual depois tornou-se Officier, e também tornou-se membro da Cinemateca Francesa.
Ganhador da Medalha Pedro Ernesto da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, também recebeu o título oficial de Comendador da Ordem de Mérito Cultural e a Medalha da Ordem de Rio Branco, a mais alta do país. Com Nara Leão também foi pai de Francisco ( 1972) e de seu casamento (1982) com Renata de Almeida Magalhães nasceu Flora (1986).