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Cinema Latino

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Emma Penella


Manuela Ruiz Penella, conhecida artísticamente como Emma Penella nasceu em Madrid no dia 2 de março de 1931. Filha do político Ramón Ruiz Alonso (1901-1977) e de Magdalena Penella Silva, neta do compositor Manuel Penella Moreno e bisneta do também músico Manuel Penella Raga, era irmã das también atrizes Elisa Montés (1934) e Terele Pávez (1939) e se casou com o produtor de cinema Emiliano Piedra (1931-1991). Tía da atriz Emma Ozores (filha de sua irmã Elisa e do ator Antonio Ozores). Foi uma intérprete de personalidade marcante e de grande prestígio desde a década de cinquenta, onde triunfou no cinema graças ao filme El verdugo, de Luis García Berlanga, obtendo ainda grande popularidade na série de TV Aquí no hay quien viva e La que se avecina. A aristocrática família de Emma não queria que ela se tornasse atriz, mas ela acabou por abandonar os seus estudos para integrar-se ao Teatro María Guerrero. Em 1949 participou do filme La duquesa de Benamejí, de Luis Lucia. Durante os primeiros anos cinquenta tinha que conciliar seu trabalho em algumas funções de teatro com vários filmes aos quais foi dublada, já que os nódulos que tinha na garganta a faziam ter uma voz que não estava de acordo com o gosto da época, razão pela qual foi operada várias vezes ao longo da vida, ainda assim sem solucionar o problema, que por outro lado se tornaria um das suas marcas registradas.




Con Los ojos dejan huellas (1952), de José Luis Sáenz de Heredia, foi sua estreia no cinema, seguindo-se filmes como Carne de horca, Cómicos (onde Juan Antonio Bardem utiliza pela primeira vez sua voz real), Los peces rojos ou Fedra, de Manuel Mur Oti, que foi um escândalo na época pelo erotismo mostrado por Penella, algo comum a outros filmes dessa primeira etapa, como La cuarta ventana (1963), única que protagoniza junto a suas duas irmãs.


No mesmo ano Luis García Berlanga lhe presenteou com a oportunidade de aparecer no El verdugo, seu papel cinematográfico mais lembrado. A projeção do filme ocorreu no Festival de Cinema de Veneza e os organizadores ordenaram que a atriz entrasse para o Lido pela porta de trás devido a desaprovação da comunidade internacional ao Franquismo. Penella se negou e apareceu pela porta principal do recinto.
Em 1967 participa do filme La busca, de Angelino Fons. Por esses anos se casou com o produtor Emiliano Piedra, o que le permitiu oferecer papéis a atores como Pilar Bardem. O casamento lhe deu três filhas: Emma, Lola e Emiliana.


Trabalhou ainda para Francisco Regueiro em Padre Nuestro y Carlos Saura (El amor brujo) e foi protagonista do filme de Eloy de la Iglesia La estanquera de Vallecas, tornando-se a atriz fetiche deste diretor e ficando associada a um cinema de temática transgressora. Também na década de 1980 regressou ao teatro para desenvolver uma intensa atividade. Em 1991 falleceu seu marido, Emiliano Piedra, que acabou ganhando um Goya de Honor póstumo em 1992. Em 1993 se despidiu do tabalado com El enfermo imaginario, de Molière.


Quando desfrutava de um retiro só interrompido esporadicamente, como no filme Pídele cuentas al Rey, a diretora de elenco Elena Arnao a visitou em 2003 em sua casa interessando-se pelo seu estado de saúde. Em resposta, Emma dançou uma jota para ela  onde aceitou um papel na série de televisão Aquí no hay quien viva (Antena 3), obtendo uma grande popularidade interpretando Concha, uma pensionista mal humorada. A frase mais famosa de sua personagem era: "Váyase, señor Cuesta, ¡vayase!", que repetia constantemente para a personagem interpretada por José Luis Gil e que parodiava a frase "Váyase, señor González", que o ex-presidente do governo José María Aznar costumava dirigir a seu antecessor no cargo, Felipe González.
Descoberta assim pelo público mais jovem, em 2004 participa da dublagem para o espanhol do filme de animação Os Incríveis e no ano seguinte, animada pelo seu companheiro José Luis Gil, o faz no filme espanhol El sueño de una noche de San Juan.
Em 2007 começou a trabalhar em uma nova série, La que se avecina (Telecinco), herdeira direta de Aquí no hay quien viva. Neste filme interpreta Doña Charo de la Vega, uma pensionista, farmacêutica, que guarda todo tipo de medicamentos e que se mostra constantemente descontente com a nova moradia que seu genro Enrique adquiriu. Durante os últimos meses de filmagem a saúde da atriz se tornou delicada, fazendo com que a produtora lhe desse descanso, para justificar a ausência da personagem, usaram o habitual recurso de "sair de férias para o povoado".
A atriz faleceu no dia  27 de agosto de 2007, aos 76 años, depois de uma insuficiência renal e cardíaca, produzida por uma septicemia ocasionada pela diabetes que padecía desde anos atrás. Foi enterrada no Cemitério de Almudena de Madrid no dia seguinte, aniversário da morte de seu marido. Esse mesmo ano, a título póstumo, recebeu, no marco do Festival de Cinema Iberoamericano de Huelva, o prêmio Ciudad de Huelva, que reuniu em memória de sua irmã Terele Pávez e a sua filha, Emiliana, que reuniu amigos e companheiros de profissão. Em 27 de junho de 2011 a Calçada da Fama de Madrid inaugurou uma estrela em homenagem a atriz.

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