Filme estreia nesta sexta-feira
Longa "2 Coelhos" explora com apuro técnico elementos típicos de filmes de ação hollywoodianos
Longa "2 Coelhos" explora com apuro técnico elementos típicos de filmes de ação hollywoodianos
Diante de uma produção cinematográfica formada predominantemente por comédias com atores globais e filmes que retratam a realidade em favelas, 2 Coelhos, de Afonso Poyart, soa como um estranho no ninho no cinema brasileiro. Afinal de contas, o diretor, em sua estreia no comando de um longa, explora com apuro técnico elementos típicos de filmes de ação hollywoodianos.
No filme, que estreia nesta sexta-feira no país, há explosões de carros, perseguições, tiroteios, animações baseadas em mangás e muitos efeitos especiais. O melhor é que nada é gratuito ou tosco, como poderia ser em um filme que custou "apenas" R$ 4 milhões – mixaria comparada às grandes produções do gênero dos EUA.
2 Coelhos narra a história de Edgar (Fernando Alves Pinto), que decide fazer justiça com as próprias mãos aniquilando, literalmente e de uma só vez – daí vem o título do longa –, uma quadrilha de ladrões comuns liderada por Maicon (Marat Descartes) e um deputado corrupto (Roberto Marchese). Nessa sua jornada, o rapaz conta com a colaboração de Julia (Alessandra Negrini).
– Digamos que ela é uma heroína bandida. Age para conquistar paz e uma vida tranquila ao lado de quem ama – afirma a atriz, cuja personagem apresenta comportamentos bem suspeitos.
São Paulo é uma personagem de 2 Coelhos. Ao longo da história, é possível notar a região da Rua Augusta, a Avenida Paulista e outras áreas da cidade.
– Nasci em Santos, mas sempre quis morar em São Paulo. A cidade tem um visual incrível para um filme urbano, como é 2 Coelhos – define Poyart.
Montagem tem assinatura do gaúcho Lucas GonzagaO longa também tem uma ligação com o Rio Grande do Sul: um de seus três montadores é Lucas Gonzaga, gaúcho radicado na capital paulista desde 2005 – e desde 2007 montador da O2 Filmes, de Fernando Meirelles. Responsável por trabalhos como as minisséries Som e Fúria e Filhos do Carnaval (esta última da HBO), além de campanhas publicitárias como aquela que elegeu o Rio de Janeiro para os jogos olímpicos de 2014, ele participou de quatro longas em 2011 – entre eles Xingu, de Cao Hamburger, selecionado para a mostra Panorama do próximo Festival de Berlim.
– De Xingu eu montei só um trecho, por isso assino como montador adicional – conta a ZH direto de Salt Lake City (EUA), onde está para acompanhar o Sundance Festival. – Os outros três são 2 Coelhos, Colegas, do Marcelo Galvão, e A Cadeira do Pai, estrelado por Wagner Moura e dirigido por Luciano Moura. É para acompanhar a carreira deste último que estou em Sundance – explica, ressaltando que o longa, produção da O2, foi um dos 10 selecionados entre cerca de 3 mil inscritos.
2 Coelhos, para Gonzaga, foi um desafio:
– Assim como os atores muitas vezes contracenam com um fundo verde, nós também editamos supondo coisas, imaginando como elas ficariam depois de os efeitos especiais ficarem prontos. Isso foge um pouco à natureza do montador, que é trabalhar sempre com precisão e controle absoluto de cada fotograma. O que importa, no final das contas, é que o filme tem tido uma reação incrível do público em pré-estreias e sessões de teste. Espero que ele possa contribuir para criar uma tradição em longas de ação no cinema brasileiro.
Fonte: Zero Hora
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