Walter Hugo Khouri nasceu em São Paulo em 21 de outubro de 1929. Realizou 25 longas-metragens. Os filmes mostram personagens
que buscam sentido para a existência angustiante. Khouri conquistou vários
prêmios nacionais e internacionais.
Sua obra, influenciada por cineastas como Ingmar Bergman e
Michelangelo Antonioni, pelo jazz, por escritores como D. H. Lawrence e Albert
Camus e por filósofos como Espinoza, é bastante pessoal e homogênea, passada ao
largo das formulações de fundo social do Cinema Novo, dentro de uma estética e
de uma preocupação existencialistas mais assimiladas às cinematografias
europeias do Primeiro Mundo, o que lhe valeu não poucas críticas ao longo da
carreira. Mesmo após a sua morte, o conjunto de seus 25 filmes divide opiniões.
Uma parcela da crítica e da Academia o considera um verdadeiro mestre, detentor
de uma marca autoral desenvolvida com domínio e talento. Às latentes
observações de ausência de uma identidade cultural brasileira e afeita aos seus
correspondentes movimentos artísticos, responde se tratar do reflexo do próprio
cosmopolitismo característico de São Paulo, cidade onde Khouri nasceu e
desenvolveu toda a sua carreira; outra parte (notadamente influenciada pelo
sistema de pensamento antropofágico de Paulo Emílio Salles Gomes), por sua vez,
ainda endossa os ataques perpetrados pelos membros do Cinema Novo, o vendo como
um cineasta alienado política e esteticamente, um mero copiador e estetizador
do trabalho de grandes diretores europeus e japoneses, cujas linhas-mestras
soam deslocadas e inadequadas em um país marcado por contradições e com um processo
histórico-cultural próprio, como é o Brasil (dentro desse raciocínio, Khouri é
alçado como o mais fidedigno sucessor do projeto de cinema da antiga Vera Cruz,
paradigma de estrangeirismo contra o qual também o Cinema Novo e o Teatro de
Arena passam a combater na erupção de seus movimentos). Já em termos mais
técnicos, ao mesmo tempo em que sobram elogios à fotografia, à composição de
quadro e à direção de arte de suas películas, igualmente não faltam críticas à
direção de atores, à escrita dos diálogos (soados "artificiais",
segundo alguns) e à condução arrastada de seus enredos.
O principal filme Noite vazia, realizado em 1964, que aborda
quatro personagens, dois homens e duas prostitutas em conflito com suas vidas,
tendo como pano de fundo a ascendente metrópole paulistana dos anos 60, o
consagrou e até hoje é considerado o melhor longa, apresentando uma edição de
fotografia magnífica e grandes atrizes.
Principais prêmios:
Ganhou prêmio de "Melhor Roteiro" do Festival
Internacional de Mar del Plata em 1960, pelo filme Na Garganta do Diabo.
Ganhou o Prêmio
Saci dez vezes, nas categorias de argumentista, roteirista, diretor, produtor e
montador, pelos filmes O Estranho Encontro, Na garganta do diabo, O gigante de
pedra, A ilha, Noite vazia, Corpo ardente.
Prêmio Instituto
Nacional de Cinema e Coruja de Ouro, como melhor diretor nos anos 1966, 1967 e
1972, pelos filmes Corpo ardente, As amorosas e As deusas.
Por doze vezes
ganhou o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, como argumentista,
roteirista, diretor e produtor, pelos filmes O estranho encontro, Noite vazia,
O corpo ardente, A ilha, Fronteiras do inferno, Paixão e sombras, O último
êxtase, O palácio dos anjos e As amorosas.
Prêmio Vittorio de
Sica, no Festival de Sorrento, na Itália, em 1988, pelo conjunto da obra.
Menção Especial no
Festival de Santa Margherita Ligure, pelo filme Na garganta do diabo, em 1960.
Prêmio dos jurados
no Festival Internacional de Sitges, na Espanha, pelo filme O anjo da noite, em
1974.
Por três vezes
ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelos filmes O anjo
da noite (1973), O último êxtase(1974) e Eros (1981).
Prêmio Fábio Prado
de Literatura para roteiros pelo filme A ilha.
Menção Honrosa na
Semana Internacional de Cine en Color de Barcelona, pelo filme As deusas.
Por nove vezes
ganhou o Prêmio Cidade de São Paulo, da municipalidade paulista, em diversas
categorias e filmes, de 1958 a 1968.
Prêmio Governador
do Estado de "Melhor Argumento" para o filme Amor voraz.
Prêmio Samburá no
Fest-Rio Fortaleza, em 1989, pelo conjunto da obra.
Prêmio Oscarito da
Fundação Cultural Banco do Brasil.
Prêmio
"Resgate do Cinema Brasileiro" do Ministério da Cultura - com roteiro
de "Paixão Perdida" 1994
Prêmio Riofilme -
"Paixão Perdida" - 1995
Premiação no
Programa de Integração Cinema-TV/Co-Produção com a TV Cultura - "Paixão
Perdida" - 1996
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