
Nos tempos de adolescência, Marcélia fugia de casa, na pacata Cajazeiras, para ensaiar às escuras, no quintal de amigos. Sua trupe era a “Turma do Mickey”, composta por uma dúzia de crianças que encenavam um repertório dos mais convencionais; Sonhava em montar Chapeuzinho Vermelho e dublar As Frenéticas. Uma vez por ano, a turma ia para João Pessoa, que para a turma era sua Hollywood.
A mãe de Marcélia foi quem menos gostou da idéia de ver a filha virar atriz. Para ela, atriz se tornava prostituta e ator era vagabundo. De nada adiantaram as repreensões da mãe, Marcélia pegava as moedas que os fiéis depositavam no Santo Antônio de sua cidade e ia correndo para o cinema, sonhar com Greta Garbo e Marilyn Monroe. Chegou um dia a dizer que o santo devia ter achado um bom investimento, porque nunca a descobriram. E pensava: "Um dia lhe pago, meu santo."
No começo da década de 80, o grupo de Marcélia resolveu montar Beiço de estrada, um texto original de Eliezer Filho, único universitário da equipe. Viajaram pelo Brasil todo, como parte do “Projeto Mambembão”. Quando a montagem chegou a São Paulo, Marcélia encontrou a chance de sua vida: da platéia a cineasta Suzana Amaral observava o jeito tímido e forte daquela menina, então com 23 anos. A partir daí a toma impulso a carreira da atriz.
Atuou como atriz em vários filmes e foi a primeira brasileira a ganhar o Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1985, pelo filme “A Hora da Estrela”. Por sua Macabéa, recebeu também o Prêmio de Interpretação no Festival de Brasília.
Marcélia fez também alguns trabalhos na TV, como a Quirina, em 'Porto dos Milagres', e a Divina, em 'Mico Preto'.
A atriz experimentou, aos 22 anos, a projeção internacional com a personagem Macabéa em “A Hora da Estrela”, longa-metragem de Suzana Amaral. Com a estatueta em mãos, atravessou quase duas décadas sem visibilidade proporcional à conquista inédita. Hoje, ela é um dos maiores destaques do cinema nacional e conta com experiência invejável.
Fonte: Wikipédia
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