“Da cor do azeviche, da jaboticaba/ Boneca de piche, é tu que me acaba Sou preto e meu gosto, ninguém me contesta, Mas há muito branco com pinta na testa...”
(“Boneca de piche”, de Ary Barroso e Luiz Iglesias, Grande Otelo cantou no Cassino da Urca em dueto com a diva Joséphine Baker)
Sebastião Bernardes de Souza Prata, ou melhor, Grande Otelo, nasceu em Uberlândia (Minas gerais) no dia 18 de outubro de 1915. A vida do grande ator do cinema brasileiro foi marcada por algumas tragédias pessoais e logo tornando-se exemplo de superação. Tendo morrido o seu pai esfaqueado e a companhia da mãe cozinheira, mas infelizmente alcoólatra, o menino Sebastião decide fugir com a trupe de teatro mambembe que chegou a Uberlândia, lá ele é “adotado” pela diretora da companhia, Abigail Parecis. É a senhora Abigail que o leva para São Paulo. Na imensa cidade, mais uma vez o pequeno Sebastião decide fugir indo parar mais uma vez no Juizado de Menores, onde é adotado pelo influente político Antonio de Queiroz e sua esposa D. Eugenia. No novo lar, Sebastião passa a estudar no Colégio Sagrado Coração de Jesus, onde cursou até a terceira série ginasial. Nos anos 20, integrou a Companhia Negra de Revistas, cujo maestro era Pixinguinha. Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis, do pai de Jardel Filho e um dos precussores do teatro de revista. Ganhou o apelido de pequeno Otelo, mas ele preferiu "The Great Otelo", aportuguesando mais tarde por Grande Otelo.
No cinema, participou em 1942 do filme It's All True, de Orson Welles. O próprio Orson Welles considerava Otelo o melhor ator do Brasil. Das parcerias que Grande Otelo fez no cinema, a mais notável sem dúvida foi com Oscarito e em seguida com o comediante paulista, Ankito. Otelo reinava em produções da década de 50. Mais tarde em Macunaíma (1969), se imortalizava no papel título. Participou também do filme de Werner Herzog, "Fitzcarraldo", de 1982, filmado na floresta amazônica.
Um dos grandes talentos de Grande Otelo foi a composição, sendo a sua mais famosa, “Praça Onze” ao lado cantor Herivelto Martins. De 1938 a 1961 Otelo gravou 8 discos, a maioria de carnaval, onde existiam vitrolas de 78 rotações, suas 26 composições também fizeram história na música popular brasileira.
No Cassino da Urca usando smoking, cartola e bengala brilhou ao lado das divas irmãs Dirce e Linda Batista, Carmem Miranda e a afro-americana Josephine Baker, considerada a mais bela mulher negra do século 20.
Uma outra tragédia aconteceu em sua vida: sua esposa matou o seu enteado e em seguida se suicidou, deixando-o muito abalado.
No cinema, participou em 1942 do filme It's All True, de Orson Welles. O próprio Orson Welles considerava Otelo o melhor ator do Brasil. Das parcerias que Grande Otelo fez no cinema, a mais notável sem dúvida foi com Oscarito e em seguida com o comediante paulista, Ankito. Otelo reinava em produções da década de 50. Mais tarde em Macunaíma (1969), se imortalizava no papel título. Participou também do filme de Werner Herzog, "Fitzcarraldo", de 1982, filmado na floresta amazônica.
Um dos grandes talentos de Grande Otelo foi a composição, sendo a sua mais famosa, “Praça Onze” ao lado cantor Herivelto Martins. De 1938 a 1961 Otelo gravou 8 discos, a maioria de carnaval, onde existiam vitrolas de 78 rotações, suas 26 composições também fizeram história na música popular brasileira.
No Cassino da Urca usando smoking, cartola e bengala brilhou ao lado das divas irmãs Dirce e Linda Batista, Carmem Miranda e a afro-americana Josephine Baker, considerada a mais bela mulher negra do século 20.
Uma outra tragédia aconteceu em sua vida: sua esposa matou o seu enteado e em seguida se suicidou, deixando-o muito abalado.
Morreu, aos 78 anos, em 26 de novembro de 1993, ao desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris (França), quando se dirigia a Nantes, onde seria homenageado no local Festival dos Três Continentes. O ator cuja atividade principal era o cinema deixou um grande acervo, que começou a ser restaurado em 2004, onde muitos desses objetos foram higienizados, digitalizados e catalogados. Todos esses materiais são: entrevistas, músicas e programas apresentados pelo artista; prêmios e homenagens (troféus, placas, diplomas e certificados) recebidos durante a sua carreira, roteiros de cinema, TV, teatro, rádio, shows, partituras, correspondências, livros, monografias, poemas, fotos, obras de arte, recortes de jornais e revistas. Inclusive disponível para acesso via web através da Fundação Nacional da Arte (FUNARTE). Segundo a Revista Isto É: "nunca haverá um tipo popular e divertido igual a ele. Além de um comediante incomparável, que formou dupla com Oscarito em dezenas de filmes na época áurea das chanchadas e comédias da Praça Tiradentes e do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, era também um ator dramático de autenticidade visceral". Grande Otelo, 1,50 m de altura, negro, olhos esbugalhados e de uma simpatia ímpar é imortalizado em sua obra, em um talento que transcendia os palcos e a tela de cinema.
Grande ator e comediante. Trabalhou em um dos melhores filmes do cinema brasileiro, "Assalto ao Trem Pagador".
ResponderExcluirAté mais