

Começou a realizar as filmagens de seu curta Pátio, em 1959, ano que ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, que logo abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística. Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema.
Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Era visto pela ditadura militar que se instalou no país, em 1964, como um elemento subversivo.

Nunca se prendeu a um estilo definido, realizou discursos, onde criticava de forma feroz a sociedade, pretendia cortar radicalmente com a estética comportada importada dos Estados Unidos da América. Assim foi uma pessoa controvertida e incompreendida, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo, que achava em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor.
Faleceu, em 22 de agosto de 1981, vítima de septicemia, ou como foi declarado no atestado de óbito, de choque bacteriano, provocado por broncopneumonia. A cultura perdia um dos mais originais e contestador de seus elementos. Glauber foi o artista da explosão, da contestação, da inquietude. Foi um homem completo.

"Sem linguagem nova não há realidade nova."
"A Arte é a dimensão anárquica da matéria onírica"
"A violência é um resíduo apocalíptico do machismo"

"Sou famosíssimo e paupérrimo."
"Acho que é uma função digna do cinema mostrar o homem ao homem"
"O Estado é mais forte que o Poeta "
"Continuo fechado com minhas posições de um cinema terceiro-mundista. Um cinema independente do ponto-de-vista econômico e artístico, que não deixe a criatividade estética desaparecer em nome de uma objetividade comercial e de um imediatismo político. "

"Os filmes revolucionários têm de ser melhores que os filmes reacionários em todos os níveis. A linguagem do cinema revolucionário não é a linguagem expositiva, antidialética de Costa Gavras ou Elio Petri.
Isto não quer dizer que Petri e Gavras, que são honestos comunistas, possam ser amanhã revolucionários comunistas. Eu gosto e apóio o NewsreeI de Robert Kramer mas tenho certeza que Godard é o mais criador cineasta revolucionário do momento, com todos os erros teóricos que comete".

"Isto porque o cinema de Godard traz sempre imagens iluminadas que nos revelam o homem além de um conceitualismo antidialético.
Quando Marx denunciou a escravidão econômica, estava pregando uma sociedade onde o homem não existisse em função da economia.
Por isto os artistas são tão necessários à sociedade quanto os engenheiros.
Os artistas são engenheiros de uma ponte abstrata. E os engenheiros são artistas de uma comunicação sobre o abismo."
"Estão confundindo minha loucura com minha lucidez"
"Vou viver a fase da luz e depois morrer"
"Falo muito e às vezes digo algumas besteiras"
Texto extraído do blog A falha de Obi Wan
Olá M., como vai?
ResponderExcluirAh que recorte mais interessante que você fez. Há pessoas, fatos e situações que definitivamente DEVEM SER SEMPRE LEMBRADAS! e realmente, é de se questionar: 'como seríamos sem os artistas?' sem aqueles que deixaram suas marcas com suas sabedorias e insanidades.
Boa semana! :*