Cinema Latino

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Las horas del día", Espanha, 2003

Para quem gosta de cinema latino, o Canal Brasil está com uma seleção de filmes interessantes esta semana. É o Festival Ibermedia. Amanhã será a vez de "En la Puta Vida" e quarta-feira será "Las horas del día" e com direito a legenda. Vale muito à pena! Abaixo, ficha técnica e sinopse:
O filme espanhol Las Horas del Dia é a atração do Festival Ibermedia desta quarta (2), à meia noite. Primeiro longa do diretor Jaime Rosales e considerado pela crítica o mais inquietante filme espanhol dos últimos tempos, Las Horas é um retrato do comportamento de um homem medíocre, cuja única particularidade é matar.
Sinopse: Abel é um jovem comum, bem integrado na sociedade, que vive uma rotina entediante em uma pequena cidade nos arredores de Barcelona. Sua vida gira em torno de seu pequeno negócio de família, da casa de sua mãe à casa da namorada e da banca de jornal da esquina aos bares e cafés da vizinhança. É sempre os mesmos problemas, os mesmos rostos e as mesmas conversas. No entanto, em sua calma exterior, algo inexplicavelmente muda e ele se transforma em um assassino serial.


Ficha técnica:
Título original: Las Horas del Dia.
País: Espanha, 2003.
Gênero: Drama.
Direção: Jaime Rosales

Elenco:
Alex Brendemühl… Abel
Àgata Roca… Tere
María Antonia Martínez… Madre
Pape Monsoriu… Trini
Vicente Romero… Marcos
Irene Belza… Carmen
Anna Sahun… María
Isabel Rocatti… Taxista
Armando Aguirre… Señor mayo



Curiosidades:
No ano de seu lançamento, Las Horas del Dia recebeu o prêmio Fipresci, concedido pelo Sindicato Francês da Crítica de Cinema, paralelamente ao Festival de Cannes. A partir de então o filme de Rosales foi indicado a Melhor Filme Europeu Discovery, na Academia Europeia de Cinema; recebeu o prêmio de melhor diretor no Festival Opera Prima de Tudela, na Espanha; além de duas nomeações para os Prêmios Goya de Melhor Diretor e Roteiro Original.
Quatro anos depois o diretor regressa às telas com o filme La Soledad, recebendo o Prêmio Goya de Melhor Filme, em seu segundo longa metragem.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

"En la puta vida", Uruguai, 2001



Sinopse: Longa retrata a vida de uma mulher e suas dificuldades para realizar seus sonhos.
O filme uruguaio En La Puta Vida, de Beatriz Flores Silva. Mistura de comédia e drama, o longa narra a história da vida de Elisa que sonha em abrir um salão de beleza em Montevideo. Depois de algumas decepções ela se muda para Barcelona como imigrante ilegal e acaba trabalhando como prostituta.

Elisa, uma jovem uruguaia de 27 anos, sonha em abrir um salão de beleza em um bairro chic da capital uruguaia. Um dia ela sai da casa de sua mãe com seus dois filhos e rompe com Garcia, seu chefe e amante, que a enfureceu por não querer se casar. Assim, no espaço de 24 horas, ela encontra-se sem teto para morar, sem trabalho e sem dinheiro. Sem saída, começa a trabalhar como babá, mas logo vira prostituta e se vê envolvida em um tráfico internacional de mulheres e numa guerra de clãs.

Ficha técnica:
Título Original: En la puta vida.
País: Uruguai
Ano: 2001.
Gênero: Drama.
Direção: Beatriz Flores Silva
Elenco: Mariana Santangelo, Silvestre, Josep Linuesa, Andrea Fantoni, Fermi Herrero, Marta Gularte.
Classificação: 18 anos.
Duração: 100 min.
Curiosidades: O filme é uma co-produção Belga, Uruguaia, Espanhola e Cubana e recebeu vários prêmios nos festivais de cinema, entre eles Bogotá; Havana; Miami; Huelva, na Espanha; e Festroia, em Portugal.
Fonte: TV Brasil

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Bruna Surfistinha", Brasil, 2010



Ficha Técnica:
Título Original: Bruna Surfistinha
País de Origem: Brasil
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2011
Estreia no Brasil: 25/02/2011
Site Oficial:
http://www.brunasurfistinhaofilme.com
Distribribuidora: Imagem Filmes
Direção: Marcus Baldini
Produção: Roberto Berliner, Rodrigo Letier, Marcus Baldini
Roteiro: Homero Olivetto, José de Carvalho, Antônia Pellegrino, baseados em livro de Raquel Pacheco
Fotografia: Marcelo Copanni
Duração: 109 min.
Ano: 2010
País: Brasil
Cor: Colorido
Estúdio: TV Zero
Classificação: 16 anos


Elenco:
Deborah Secco (Raquel / Bruna)
Cassio Gabus Mendes (Huldson)
Drica Moraes (Larissa)
Fabíula Nascimento (Janine)
Cris Lago (Gabi)
Erika Puga (Mel)
Simone Illiescu (Yasmim)
Brenda Ligia (Kelly)
Guta Ruiz(Carol)
Juliano Cazarré (Gustavo)
Clarisse Abujamra (Celeste)
Luciano Chiroli (Otto)
Sérgio Guizé (Rodrigo)
Gustavo Machado (Miguel)



Sinopse: Aos 17 anos, Raquel (Deborah Secco) se sente desajustada na escola, onde é ridicularizada pelos colegas, e em casa, onde vive em conflito com a família. Um dia, a menina de classe média toma uma decisão surpreendente: virar garota de programa. Ela foge de casa e vai viver num privê, onde as garotas moram e recebem clientes. Adota o nome de Bruna e fica amiga daquelas mulheres, como a intempestiva Janine (Fabíula Nascimento). Ali conhece Huldson (Cassio Cabus Mendes), que vai se empenhar em tirá-la da prostituição. De ingênua e desajeitada, Bruna se torna a garota de programa mais disputada do lugar e a que mais ganha dinheiro. Conhece a sofisticada Carol (Guta Ruiz), que lhe mostra a prostituição de alto luxo, e aluga um flat para receber seus próprios clientes. A fama nacional vem quando, com o nome de Bruna Surfistinha, passa a contar num blog suas aventuras sexuais e afetivas como garota de programa. Mas Bruna vê seu dinheiro e sua saúde serem consumidos pela cocaína e, quando chega ao fundo do poço, é hora de dar uma nova guinada em sua vida.


Meu comentário: Posso dizer que o filme é bom, além disso, uma trilha sonora de primeira linha. Claro, há duas músicas que não podiam faltar, portanto, dois ritmos musicais inseridos remetem ao ambiente, não desmerecendo o gosto popular, como aquele brega: “vou te pegar e te jogar na caaamaaaa... aiaiaiaiaaa”. Gente, só tem essa música tá? E um funkzinho na cena do carro, em que a Bruna volta da night no carro de uma colega sua e outras profiças do clube privê.
Gostei principalmente do tom de realidade, uma vida sem nenhum glamour, de dureza (literalmente), de altos e baixos. Ao ver toda a história da vida profissional da Bruna, se compreende que de uma maneira ou outra, ela desenvolveu um gosto pela coisa, uma vocação, mas que em certo momento da vida, quando entra as drogas aquilo se torna mais que destrutivo. Não há aquele julgamento do porquê dela ter entrado naquele mundo. Sua vida de adolescente era normal, freqüentava o colégio, mas foi sacaneada por alguns daqueles rapazinhos patifes que há em toda escola. Não que isso justificasse sua ida para a prostituição, tampouco os conflitos em casa. Ela vivia no seio de uma família de classe média e era adotada. Deu a entender que no início tudo era experimento, um ato de rebeldia. Mas quando soube que vivia uma categoria inferior de programas e podia conhecer o outro mundo do sexo, o que dá grana, a ex-garota de programa escreveu seu nome na profissão criando um blog que se tornou famoso e posteriormente após sua “aposentadoria”, livros que se tornaram best-sellers, entre eles o famoso “O doce veneno do escorpião”.
Há cenas engraçadas como o cliente que só ia ao privê cheio de talco no pinto, o tio que mudava a posição da cama e não fazia quase nada. E principalmente a do salão de beleza em que a gerente reclama do palavlório das moçoilas e uma delas devolve para aquela clientela que estava ali para fazer cabelo e unhas: “Enquanto vocês ficam aí pensando na vida, nós é que comemos o macho de vocês”. Assim... há muitas brunas surfistinhas por aí, não é uma história de muitas novidades. Mas como filme tenho a elogiar o roteiro, o som, a atriz Deborah Secco que realmente está impecável em cena, cortes muito bem feitos, seqüência, fotografia, em si, o filme é bom. As cenas de sexo são bem feitas, sem apelação para o pornô, em suma algo de coragem, ousadia e de bom gosto quanto a cinema.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Estreia hoje "Bruna Surfistinha"





Hoje é a tão ansiada estreia do filme "Bruna Surfistinha" ou O doce veneno da Deborah Secco, ao que diz a crítica que é só elogios para o desempenho da atriz, a película de Baldini traz uma história realista. É só ir a um cinema mais próximo e conferir!
A resenha abaixo foi escrita por Fabiana Piasentin
Bruna Surfistinha’ mostra o auge e decadência de uma garota de programa
Deborah Secco afirmou que o maior desafio de ser a protagonista de “Bruna Surfistinha” era interpretar quatro personagens completamente diferentes. De fato, o que se vê no filme, que chega aos cinemas de todo o país nesta sexta-feira (25), são histórias antagônicas de uma pobre-garota-rica, negligenciada pela família, que vive sua glória e decadência na pele de uma prostituta.
Raquel Pacheco é uma tímida adolescente de 17 anos que, cansada de ser oprimida, decide fugir de casa. Acolhida pelo clube privê da cafetina Larissa (muito bem interpretada pela atriz Drica Moraes), Raquel se transforma em Bruna e entra em contato com o mundo negro da indústria do sexo.
A reviravolta na vida de Bruna ocorre após conhecer a também garota de programa Carol (Guta Ruiz), que a introduz no mundo das drogas e da prostituição de luxo. Já como Bruna Surfistinha, ela é alçada à fama ao relatar em um blog as experiências que trocava com seus clientes. Mas sua ascenção social e financeira é interrompida por um aditivo muito conhecido das garotas de programa: a cocaína. Do glamour à total degradação, ela precisa aprender a viver sem a atenção que recebia em seu tempo de auge.
Dirigido pelo estreante Marcus Baldini, “Bruna Surfistinha” foi inspirado na autobiografia “O Doce Veneno do Escorpião - Diário de uma garota de programa”, que vendeu cerca de 280 mil exemplares. Com uma narrativa coesa, o filme deve repetir o sucesso nas telonas, seja pelo ótimo desempenho de Deborah Secco , seja pelas inúmeras cenas de sexo.
A nudez, inclusive, é um caso à parte. Como bem lembrou o diretor do longa, seria impossível contar a história de Raquel/Bruna sem apresentar cenas impactantes. Contudo, é importante ressaltar que um dos momentos mais marcantes do longa – o primeiro programa de Bruna – mostra muito do corpo da atriz.
O elenco de apoio também contribui para o bom desenvolvimento da trama, com destaque para Drica Moraes, Fabiula Nascimento, Guta Ruiz e Cassio Gabus Mendes. O espectador mais atento também verá no longa, ainda que muito brevemente, o jogador Dentinho e a Raquel Pacheco original.
Em coletiva de imprensa para divulgar o longa, Deborah Secco afirmou que seu maior medo ao aceitar o papel era de que o filme fosse leve demais e fizesse apologia à prostituição ou glamouroso a ponto de se tornar um conto de fadas. A atriz pode ficar despreocupada. “Bruna Surfistinha” mostra com coerência todas as conquistas e espinhos que a vida reservou à Raquel Pacheco. O julgamento ficará por conta de quem o assistir.

Fonte:
Cinema Yahoo

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O pôster teaser de "La piel que habito"


A notícia que tenho é que o novo filme de Pedro Almodóvar "La piel que habito" está na fase de pós produção. Segundo sites espanhóis de cinema, está com estreia prevista no dia 2 de setembro na Espanha. O primeiro pôster teaser foi divulgado pelo irmão de Almodóvar, o produtor Agustín, a figura mostra um corpo humano desprovido de pele, tal e qual aquelas ilustrações de livros de medicina. Alguns sites já divulgaram até os que seriam os pôsteres oficiais do filme.
A trama é sobre o cirurgião plástico Dr. Ledgard (Antonio Banderas) que pretende se vingar do homem que estuprou sua filha. O roteiro é baseado no livro Tarantula, do escritor francês Thierry Jonquet. "Será um filme de terror, mas sem gritos ou sustos. Não vou respeitar nenhuma regra do gênero. É o filme mais chocante que já escrevi e o personagem de Banderas é brutal", assim afirmou Almodóvar em jornal local.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É de meter medo

Já saíram os cinco pôsteres oficiais do filme de Pedro Almodóvar, "La piel que habito", cuja estreia está prevista para setembro.















terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fele Martínez









Rafael (Fele) Martínez nasceu no dia 22 de fevereiro em 1975, na cidade de Alicante (Espanha). É formado na Escola Superior Real de Artes Dramáticas em Madrid, destacou-se no cenário mundial com o prêmio Goya de Melhor Ator Revelação em 1996. Participou de aproximadamente 20 filmes, onde destacam-se: Los Amantes Del Círculo Polar (1998), de Julio Medem, Tesis (1996) e Abre los Ojos (1997), de Alejandro Amenábar; Fale com Ela (2002) e Má Educação (2004), ambos de Pedro Almodóvar.
Fele também participou de vários projetos de filmes independentes, incluindo os curtas Pasaia (1996), pelo qual ganhou na categoria de melhor ator no Festival de Cinema de Elche, Amigos (1997), La cartera (2000), e El castigo del ángel (2002), este último dirigido por ele. No próximo dia 11 de março nas telas da Espanha estreará, "Esperando Septiembre", mais um filme com a competente presença de Fele Martínez.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fele Martínez (Filmografia)


FILMOGRAFIA:
Sal (2010) (em pós produção)
Don Mendo Rock ¿La Venganza? (2010)
Miami Blue (2010)
Esperando septiembre (2010)
Desechos (2010)
Tensión sexual no resuelta (2010)
Los minutos del silencio (TV) (2009)
Dime que yo (2008)
El Kaserón (2008)
Carmo (2008)
14, Fabian Road (2008)
Diente por ojo (2007)
Bolboreta, mariposa, papallona (2007)
A un metro de tí (2007)
El asesino del parking (2006)
El síndrome de Svensson (2006)
Tánger (2004)
La mala educación (2004)
Cuando puedas (2004)
Tú la llevas (2004)
Made in China (2003)
Dos tipos duros (2003)
Utopía (2003)
Alicia retratada (2003)
Darkness (2002)
Hable con ella (2002)
Noche de reyes (2001)
Tuno negro (2001)
¿Tú qué harías por amor? (2001)
Hemingway, the Hunter of Death (2001)
Tinta roja (2000)
Capitães de abril (2000)
El arte de morir (2000)
Talk Show (2000)
La cartera (2000)
Lágrimas negras (1998)
Los amantes del Círculo Polar (1998)
Insomnio (1998)
Amigos (1998)
Abre los ojos (1997)
El tiempo de la felicidad (1997)
Pasaia (1997)
Tesis (1996)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Radiohead assiste a Bruna Surfistinha para liberar música

A banda britânica Radiohead solicitou uma sessão exclusiva do filme Bruna Surfistinha para decidir se liberava ou não o uso de sua música "Fake Plastic Trees". A faixa está no álbum The Bends, de 1995.
A distribuidora Imagem Filmes enviou uma cópia do filme à banda por meio do diretor Marcus Baldini em outubro. Em seguida, o grupo autorizou a gravadora EMI a incluir a música em sua trilha sonora. A assessoria não soube responder quando perguntada sobre a opinião da banda sobre o longa.
O filme conta a história da ex-garota de programa Raquel Pacheco, que ficou famosa com o pseudônimo de Bruna Surfistinha. Ela escreveu o livro O Doce Veneno do Escorpião, no qual contou suas experiências em forma de diário. A trilha sonora do filme também contará com as bandas The Zombies, Céu e Instituto, entre outras.
Bruna Surfistinha tem estreia prevista para 25 de fevereiro.
Retirado de: Cinema Yahoo

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

¡Vamos a bailar Flamenco con Carmen Amaya!

Carmen Amaya não era uma atriz pura e simplesmente, ela era uma artista que tinha a alma gitana e levava o flamenco "en las venas". A técnica de Carmen era de impressionar, tamanha velocidade e ousadia, alcançar "el duende" então lhe rendia lindos coques desfeitos até despentear-se. Quando dançava de calça, quebrava tabus e dentro dos lindos trajes de dança flamenca ninguém era mais rainha absoluta. Ela cantava também, tocava castanholas, batia palmas e taconeava seguindo o ritmo, muito mais seu e muito mais flamenco que lhe impregnava. Carmen a de filmes como: Maria de la O, Sueños de Gloria, Piernas de Plata, Vea a mi Abogado, Carmen Amaya y sus muchachos, Las amarguras de un Torero, El sombrero de Paraná e Sigan al chico. São muito mais do que registros dessa espetacular bailaora espanhola, é a própria essência do flamenco nas telas de cinema.



Parte do documentário sobre Carmen Amaya



"Maria de la O" (1939)



Do filme mexicano "Musica en la noche" (1958)



Do filme argentino "Dringue, Castrito y la lámpara de Aladino" (1954)



Carmen Amaya y su troupe por Bulerias (1961)



"Los amores de un torero" (1945)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sessão nostalgia


"Pé na tábua" (1957) - Renata Fronzi e Ankito


Número musical do filme "Vai Que é Mole" (1960), da Herbert Richers. Com Anilza Leoni e Ankito.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Entrevista a Fernando Trueba

Encontrei essa entrevista há alguns dias. Não é recente. Mas feita com toda a competencência pelo jornalista Antonio Nahud Júnior. Abaixo transcrição da entrevista:
[Antonio Nahud Júnior](*)

O diretor do nostálgico "Sedução" (Belle Époque), Oscar de melhor filme estrangeiro em 1992, roda uma esmerada produção numa Barcelona dos anos 40, "El Embrujo de Shanghai", que inicialmente iria dirigir Víctor Erice. A trama, baseada numa novela de Juan Marsé, conta a história de um adolescente, cujo pai desapareceu na guerra, que ao ouvir os contos fantásticos narrados pelo amante da vizinha, imagina-os através de referências cinematográficas, misturando aventuras povoadas por heróis, belas mulheres, nazistas e pistoleiros. No elenco numeroso, Ariadna Gil, Eduard Fernández e os veteranos Fernando Fernán Gómez e Rosa María Sardá.
Trueba, um diretor desigual, vem de dois filmes excelentes, "A Menina dos seus Olhos" (La Niña de Tus Ojos, 1998), onde Penélope Cruz tem o melhor papel de sua carreira, e o documentário musical "Calle 54" (2000). Antes, falhara com a norte-americana "Quero Dizer que te Amo" (Two Much,1996), com Antonio Bandeiras como protagonista.
Nascido em Madri, em 1955, foi crítico de cinema do jornal El País e fundador da revista especializada Casablanca, debutando no cinema com a comédia "Opera Prima" (1980). Fez também "Mientras el Cuerpo Aguante" (1982), "Sal Gorda" (1984), "Sé Infiel y no Mires com Quién" (1985), "El Año de lãs Luces" (1986) e "O Sonho do Macaco Louco" (The Mad Monkey,1989), com a inglesa Miranda Richardson. Simpático, cabelos compridos levemente grisalhos, no seu estúdio contou-nos da paixão pelo cinema, paixão quase irracional que o leva a ver muitas vezes três filmes no mesmo dia em salas de cinema. O estúdio está decorado com fotografias suas com Billy Wilder, seu diretor favorito, Coppola e Woody Allen, além de muitos livros de cinema e discos.

"El Embrujo de Shanghai" vem do título em espanhol do filme de Josef von Sternberg, Shanghai Gesture, de 1941. Só que o segundo é uma adaptação da obra teatral de John Colton e o seu vem das palavras de Juan Marsé. Mesmo assim é uma homenagem a Sternberg?
Não deixa de ser. A novela de Marsé transmite um encanto especial, é seu trabalho mais cinematogrográfico, desde o título que vem do filme de Sternberg que protagonizou Gene Tierney. Eu o admiro como novelista e ser humano, é o nosso Scott Fitzgerald. Na sua obra se encontra a melancolia e o tom duro do autor norte-americano.

O que o levou a filmá-lo?
Gosto de desafios e desafios é o que não falta na história. É um filme dentro de outro. Realidade e imaginação. A novela de Juan está cheia de linhas paralelas, de histórias entrelaçadas. É pura magia, algo como "As Mil e Uma Noites", a idéia de um garoto ouvir noites após noites várias histórias e imaginá-las como filmes da época dele, em preto e branco, e com seu pai como herói. Neste filme também posso mostrar uma certa forma de nostalgia, principalmente na recriação cenográfica. Mas o que mais gosto nele é que mostra a necessidade da imaginação para suportar a realidade.

É mais um filme de época na sua carreira. Por que não retrata o presente?
Não gosto de retratar a sociedade em que vivo. Não encontro aspectos na vida atual que tenha vontade de mostrar. Além do mais, é um mundo de objetos antiestéticos, como os computadores, os aviões, os carros e os celulares. Ficam bem para Andy Warhol, que tinha um gosto terrível. Com um filme de época posso mostrar o essencial sem me distrair com os acessórios.

Como resolve aceitar um projeto? Qual o seu processo de seleção?
Limito-me a seguir uma das poucas regras que acredito, filmar o que amo. Só faço filmes por razões pessoais, nunca objetivas. Meu filme anterior, "Calle 54", preocupou muita gente por tratar-se de um documentário musical, diziam que não tinha viabilidade comercial, mas eu filmei-o porque era um capricho meu e também por amar o jazz latino. Só filmo o que acredito. Deixo-me levar pela intuição. Li a novela de Juan Marsé, gostei muito, e procurei o produtor Andrés Vicente Gómez para saber se os direitos estavam disponíveis. Felizmente, sim.

Outra vez volta a trabalhar com Ariadna Gil, que faz dois personagens completamente diferentes na história. Por que ela?
Antes de começar a escrever o roteiro, pedi a Ariadna que lesse o livro e me avisasse se tinha interesse em filma-lo, pois sem ela não faria o filme. A sua presença é fundamental para os personagens de Anita, a mãe da menina, e da misteriosa chinesa Chen.

Seus filmes buscam quase sempre um humor sutil, inteligente. Gosta mais de comédia do que de outros gêneros?
As comédias são mais interessantes que os dramas, porque dão uma visão de um mundo mais tolerante e liberal. Pode-se usar também o humor banal, o louco, o negro . Aprendi mais da vida vendo filmes de Woody Allen do que lendo filosofia.

Allen é o seu diretor favorito?
Dos contemporâneos, é um dos favoritos. Outro é o italiano Nanni Moretti. Gosto de sua liberdade e sentido de humor. Caro Diário e Abril são extraordinários. Na verdade, Allen e Moretti conseguem resolver muito bem sua relação com o mundo atual, coisa que não posso.

"Quero Dizer que te Amo", uma das suas tentativas no cinema de Hollywood, não deu certo. O que aconteceu?
Deu certo em muitos países, mas nos Estados Unidos foi mal possivelmente porque a distribuição não foi bem cuidada. Mas tenho culpa no seu resultado artístico. Queria repetir uma certa maneira de filmar, à maneira de Lubitsch, Hawks e Wilder, que já não é possível. Talvez o cinema do passado seja irrepetível. Mesmo assim continuo fazendo minhas homenagens cinematográficas e sendo convidado para filmar em Hollywood.

Qual a finalidade do cinema?
A diversão e o prazer. Colonizar o cérebro, o coração e a memória. Que passe coisas que não resultem indiferentes e que as pessoas queiram recordar. Eu sou um apaixonado por filmes, vejo habitualmente 3 filmes ao dia em salas de cinema. É quase uma neurose.


(*) Antonio Nahud Júnior é jornalista, poeta e escritor. Natural de Itabuna (BA), reside atualmente na Cidade da Bahia. Além de "Artepalavra - Conversas no Velho Mundo" (AS Editores, 2002), é autor também de "O Aprendiz do Amor" (1993), "Retratos em Preto & Branco - Contos Góticos de Madri" (1996) e "Ficar Aqui Sem Ser Ouvido Por Ninguém" (1998).

Blog: http://www.ofalcaomaltes.blogspot.com

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Florinda Bolkan, a atriz brasileira que encantou a Itália

Hoje é o aniversário de Florinda Bolkan. Poucos no Brasil a conhecem, mas na Itália se tornou figura célebre no cinema.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"Sedução", Espanha, 1992.

Ficha Técnica:
Título Original: Belle Époque
Direção: Fernando Trueba
Produção: Andrés Vicente Gómez
Roteiro: Rafael Azcona
Música: Antoine Duhamel
Maquiagem: Ana Lorena
Fotografia: José Luis Alcaine
Montagem: Carmen Frías
País(es): Espanha, Portugal e França
Ano: 1992
Gênero: Comédia
Duração: 108 minutos
Produtora: Lola Films, S.A.

Elenco:
Penélope Cruz (Luz)
Gabino Diego (Juanito)
Fernando Fernán Gómez (Manolo)
Miriam Díaz-Aroca (Clara)
Ariadna Gil (Violeta)
Agustín González (Don Luis)
Jorge Sanz (Fernando)
Maribel Verdú (Rocío)
Michel Galabru (Danglard)
Chus Lampreave (Doña Asun)
Mary Carmen Ramírez (Amalia)
Juan José Otegui (Soldado)
Jesús Bonilla (Soldado)
María Galiana (Polonia)
Joan Potau (Paco)
Félix Cubero (Palomo)
Marciano de la Fuente (Alcalde)
José Antonio Sacristán (Rorro)
Manuel Huete
Luis Zagalo
Adelina Andrade
João Salaviza
Bernardino Nascimento
François Venturini
Miguel Pyrrait
Joaquín Raposo
Luis Romero
José Graniza
Fernando Sequeira
Eduardo Marqués

Sinopse: Durante os últimos meses da monarquia, após a revolta mal sucedida da sede da Jaca, o desertor soldado do exército, Fernando (Jorge Sanz). Em sua fuga é hospedado por D. Manolo (Fernando Fernán Gómez), um artista que vive em isolamento da realidade que atingiu Espanha e oferece sua ajuda, sua casa e amizade. A chegada das quatro lindas filhas de D. Manolo, fará com que o jovem desertor embarque em uma aventura em que acaba seduzindo uma irmã após a outra.



Meu comentário: Trata-se de uma história light, bem à moda espanhola. Me arriscaria a dizer que seria uma comédia de costumes (gênero mais apropriado para o teatro) que para o cinema. Se o filme fosse brasileiro e da década de 50, provavelmente teria seu título como "O queridinho das meninas".
O jovem soldado desertor (Jorge Sanz) vê sua sorte mudar quando conhece D. Manolo (Fernando Fernán Gómez), este senhor se afeiçoa ao jovem, vendo-o como um filho que nunca teve. O senhor tenta em vão ocultar suas filhas: Luz (Penélope Cruz), Clara (Miriam Díaz-Aroca), Violeta (Ariadna Gil) e Rocío (Maribel Verdú). Isto acontece quando Fernando decide partir para Madrid no primeiro vapor e chegando na estação se depara com as beldades do velhinho bonachão. Ele não pensa duas vezes e volta para casa de D. Manolo alegando que perdeu o trem, tudo só para conhecer as meninas... intimamente. Há cenas engraçadas: a que o pai vibra quando Fernando diz que passou a noite com Violeta (pois a moça é lésbica), as situações o conduzem aos braços das fogosas mocinhas. Afinal ele tinha que escolher uma, terminou se casando com a caçulinha Luz (Pénélope Cruz)... Aliás é algo um pouco duvidoso, se foi mesmo com ela que ele bateu olho desde o início, pois parece que sim logo na primeira cena da estação; Ou, se foi a única normalzinha que lhe restou, as demais são complicadinhas. A mãe das moçoilas, Amalia (Mary Carmen Ramírez) é uma fracassada cantora de zarzuela que volta à casa com seu amante, Danglard (Michel Galabru). Amalia vive uma vida livre para a época, tem um amante (que é também seu empresário) com o consentimento do marido, D. Manolo. A cena mais engraçada é quando o amante sabe que Amalia vai para a cama com o marido após uma longa ausência e fica se torturando com a duração do coito que não foi rápido e D. Manolo o consola depois: "Não fique assim Danglard, você sabe que o corno da história sou eu". Cômico.
Curiosidades: Este é o primeiro filme da Penélope Cruz, se vê sua carinha bem jovenzinha e verdinha; o ator Gabino Diego (Juanito) fez participação em um vídeoclipe do cantor espanhol, Alejandro Sanz ("El alma al aire"); Vovó Chus Lampreave faz uma participação para lá de engraçada, fazendo o papel daquela mãe bem mala, a mãe de Juanito; Ah e esse filme levou Oscar acreditem, melhor filme estrangeiro em 1992.


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Jorge Sanz (Filmografia)



Filmografia:
El embrujo de Shangai (2002)
El florido pensil (2002)
Tuno negro (2001)
Almejas y mejillones (2000)
En el claroscuro de la luna (1998)
La niña de tus ojos (1998)
Pepe Guindo (1998)
Chá-chá-chá (1997)
Manos de seda (1997)
De qué se ríen las mujeres (1996)
The garden of redemption (1996)
Hotel y domicilio (1995)
Un gesto más (A further gesture) (1995)
Los peores años de nuestra vida (1994)
Morirás en Chafarinas (1994)
Tocando fondo (1993)
Belle époque (1992)
¿Por qué lo llaman amor cuando quieren decir sexo? (1992)
Orquesta Club Virginia (1991)
Amantes (1990)
Torch (1990)
Tramontana (1990)
Continental (1989)
Montebajo (1988)
El Lute, mañana seré libre (1987)
Gallego (1987)
El año de las luces (1986)
Mambrú se fue a la guerra (1985)
Dos mejor que uno (1984)
Vivir mañana (1983)
Valentina (1982)
Conan el bárbaro (1981)
La leyenda del tambor (1981)
La rebelión de los pájaros (1981)
Mar brava (1981)
Dos pillos y pico (1980)
Dos y dos son cinco (1980)
El canto de la cigarra (1980)
Los vecinos del segundo (1980)
La miel (1979)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Faroeste Caboclo" já tem seu elenco principal

Um dos maiores clássicos do Grupo Legião Urbana, Faroeste Caboclo, está prestes a ganhar as telas de cinema. O portal Yahoo Brasil em parceria com a Gávea Filmes está lançando um projeto inédito web no país: onde o internauta confere todas as promoções, enquetes, informações, aliás, tudo, tudo sobre o filme.
E a primeira promoção é coisa de cinema: O internauta/ator pode fazer parte do elenco. Para isso ele tem até o dia 27 de fevereiro para criar e publicar um vídeo de até 30 segundos com o seguinte desafio: convencer Maria Lúcia a não abandonar a festa.
Os seis melhores vídeos irão à votação popular no Portal Yahoo. O vencedor viajará para Brasília com tudo pago, a fim de integrar o elenco em um dia de filmagem.

Para saber mais é só clicar aqui

Essa apresentação do elenco estava lá no Yahoo, vou transcrevê-la aqui. Abaixo as personagens centrais:
"Fabrício Boliveira – João de Santo Cristo

soteropolitano, 28 anos, nem peixes, nem ascendente escorpião, o rapaz é touro, com provável ascendente em sagitário, carimbado por passagens no teatro, no cinema e na televisão, marcado pelo reggae e por uma ex-namorada siderada por Renato Russo".

"Ísis Valverde – Maria Lúcia

belo-horizontina, 23 anos, duplo aquário, fã de Tim Maia, devotada atriz-revelação da televisão, entusiasmada com sua merecidíssima estreia no cinema e, suspeita de saber de cor a letra da canção “Faroeste Caboclo”."

"Felipe Abib – Jeremias

carioca, 28 anos, sagitário ascendente em leão, formado pela Martins Pena e pela UniverCidade, gabaritado com os espetáculos “Pterodátilos”, “Corte Seco” e “Cachorro!” e influenciado por Led Zeppelin, Raul Seixas, Raimundos e, claro, Legião Urbana".