Cinema Latino

domingo, 18 de setembro de 2011

Berta Loran

A porção vedete de Berta Loran
Atualmente no ar como a Rainha Efigênia, na novela Cordel Encantado, Berta Loran é um exemplo. Chegar à sua idade esbanjando talento, vitalidade e simpatia é algo para poucos. Esta ex-imigrante polonesa tem uma bela história de vida. Gostaria de relatá-la, mas o texto que encontrei no site Onde Anda (Multiply) já diz tudo. Mais uma vez gostaria de dizer, que não fui eu que escrevi.
Mais uma foto autografada dos tempos de vedete

Basza Ajs, a Berta Loran, nasceu no dia 23 de março de 1926, em Varsóvia, na Polônia. De origem judaica, mudou-se com a família para o Brasil aos nove anos, adotando o nome Berta. Iniciou sua carreira profissional no teatro no início da década de 1940, e passou a assinar Berta Loran.
Por intermédio de seu pai, José Ajs – que, além de alfaiate, trabalhava também como ator –, Berta Loran começou fazendo pequenas comédias, apresentadas em clubes para a comunidade judaica. Aos 19 anos, casou-se com o ator Handfuss e mudou-se para Buenos Aires, onde morou durante dois anos.
Fez sua estréia na televisão no programa Espetáculos Tonelux, estrelado por Virgínia Lane e dirigido por Mário Provenzano, na TV Tupi. Retomaria sua carreira naquela emissora ao voltar ao Brasil, no início da década de 1950. Em seguida, teve uma experiência no teatro de revista, trabalhando com Walter Pinto.

 
Em 1957, recebeu um convite para fazer uma temporada de seis meses em Portugal com a peça Fogo no pandeiro. Com o sucesso do espetáculo, ingressou numa companhia de teatro portuguesa e acabou morando seis anos naquele país, firmando-se definitivamente como atriz de veia cômica. Quando retornou ao Brasil, em 1963, foi contratada pela TV Record paulista, por intermédio da amiga Bibi Ferreira. Em seguida, aceitou um convite de Oscar Ornstein para atuar ao lado de Moacyr Franco na temporada carioca do musical Como vencer na vida sem fazer força, de Shepherd Mead, dirigida por Augusto César Vannucci.
Em 1966, Berta Loran foi convidada por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, para trabalhar na TV Globo e participar do elenco fixo do humorístico Bairro feliz. O programa era apresentado ao vivo por Paulo Pontes e teve direção de Maurício Sherman. No elenco, além da atriz, estavam Emiliano Queiroz, Milton Gonçalves, Milton Carneiro, entre outros.
Em seguida, ainda em 1966, Berta Loran atuou junto com Grande Otelo, Nádia Maria e Amândio Silva Filho no humorístico Riso sinal aberto, cuja produção e direção eram de Max Nunes e Haroldo Barbosa. Riso sinal aberto foi exibido até fevereiro de 1967.


Entre 1968 e 1971, atuou ao lado de grandes comediantes como Agildo Ribeiro, Paulo Gracindo e Jô Soares no programa Balança mas não cai. Grande sucesso da Rádio Nacional na década de 1950, o humorístico ganhava, então, uma versão televisiva, que repetiria o bom desempenho, sob a direção de Lúcio Mauro. Praticamente com o mesmo elenco e a mesma equipe de redação, Balança mas não cai voltou a ser produzido entre 1982 e 1983.Berta Loran integrou o elenco dos principais programas humorísticos produzidos pela TV Globo nas décadas de 1970 e 1980. Entre 1970 e 1973, participou de Faça humor, não faça guerra, que revolucionou a maneira de fazer humor na televisão. Sob a supervisão de Augusto César Vannucci, o programa tinha no elenco Jô Soares e Renato Corte Real, que protagonizavam um tipo de humor sem os exageros advindos do teatro de revista, com um tom naturalista que passaria a marcar os humorísticos da emissora.
Em Satiricom, levado ao ar entre 1974 e 1975, a atriz voltou a atuar ao lado de Jô Soares e Renato Corte Real, e também de Miéle e Agildo Ribeiro, mais uma vez sob a direção de Augusto César Vannucci. Com a redação de Max Nunes e Haroldo Barbosa, o programa satirizava sucessos do rádio, da televisão e do cinema, na mesma linha de humor que seria explorada, anos depois, por humorísticos como TV Pirata e Casseta e Planeta.
Ainda na década de 1970, Berta Loran retomou sua carreira no cinema e participou de três filmes de longa-metragem, todos filmados em 1978: Como matar uma sogra, de Luiz de Miranda Corrêa; O amante de minha mulher, de Alberto Pieralise; e O golpe mais louco do mundo, de Luciano Salce.
Antes disso, porém, entre 1976 e 1982, a atriz participou de Planeta dos homens, quando foi dirigida por Paulo Araújo. Mais uma vez trabalhava ao lado de Jô Soares. Logo depois, quando o humorista passou a ter seu próprio programa, Viva o Gordo, que foi exibido entre 1981 e 1987, Berta Loran integrou o elenco fixo. Pelas contas da atriz, a essa altura, em quase 40 anos de carreira, já teria dado vida a mais de dois mil tipos. Ainda na década de 1980, trabalharia em A festa é nossa (1983), sob a direção de Lúcio Mauro, e em Humor livre (1984), com direção geral de Adriano Stuart.
Também na década de 1980, na TV Globo, Berta Loran participou de um episódio do Caso especial, O fantasma de Canterville, adaptação de Euclydes Marinho e Lula Torres para o conto homônimo de Oscar Wilde, exibido em 1983. No ano seguinte, atuou em sua primeira novela: Amor com amor se paga (1984), de Ivani Ribeiro. Na trama, viveu a empregada Frosina, que termina se casando com o seu patrão, o avarento Nono Corrêa, personagem de Ary Fontoura. Dois anos depois, em 1996, fez uma participação especial na novela Cambalacho, de Silvio de Abreu, ao lado de Milton Carneiro; os dois deram vida a um casal, os Souza.
Sem abandonar os papéis nos programas de humor, Berta Loran voltou a integrar o elenco de uma produção de teledramaturgia na minissérie Chiquinha Gonzaga, escrita por Lauro César Muniz, em 1999. Antes disso, inclusive, fez uma participação especial – no papel de uma vidente – em outra novela do autor Silvio de Abreu, Torre de Babel, em 1998.
Em 1991, Berta Loran iniciou uma duradoura parceria com o humorista Chico Anysio. Primeiro, integrando o elenco de Estados Anysios de Chico City. Em seguida, vivendo a personagem portuguesa Manuela D’Além-Mar, na primeira edição da Escolinha do Professor Raimundo, exibida entre 1990 e 1995. Em 1996, a atriz fez parte do elenco fixo da segunda versão de Chico total, outro programa estrelado pelo humorista, que foi exibido até dezembro daquele ano.
Em julho de 1995, Berta Loran participou do episódio Um príncipe desencantado, do programa Você decide, sob a direção de Mauro Farias. Em 1997, chegou a gravar o piloto para um novo programa humorístico da emissora, As tias do Mauro Rasi. Dirigido por Jorge Fernando, o programa – que acabou não indo ao ar – era baseado na peça de teatro do autor Mauro Rasi, na qual Berta Loran atuara ao lado de Yolanda Cardoso, Dirce Migliaccio e Carmem Verônica.
Berta Loran voltou a trabalhar com Chico Anysio em 2001, na segunda versão da Escolinha do professor Raimundo, que foi exibida até dezembro daquele ano. Dessa vez, a atriz deu vida a outro tipo, diferente da portuguesa interiorana: a judia Sara Rebeca, personagem que esclarecia para a turma as perguntas do professor. Em 2004, podia ser vista no humorístico Zorra total (1999), em papéis como o da portuguesa Maria, casada com o português Manoel (Agildo Ribeiro), ambos moradores do Zorra Totawer Residencial.
Paralelamente à televisão, Berta Loran atuou no teatro, no cinema e em diversas campanhas publicitárias. Em 1980, estreou o espetáculo autobiográfico Divirta-se com Berta Loran, um show em que a atriz sapateava, cantava, dançava e contava piadas escritas por ela mesma. Ainda naquele ano, gravou um disco ao lado de Elke Maravilha e Cidinha Campos, com textos de Arnaud Rodrigues.
De sua carreira no teatro, destacam-se suas atuações nas peças O peru (1963), de George Feydeau, Alegro desbum (1973), de Oduvaldo Viana Filho, Cinderela do petróleo, de João Bethancourt, Camas redondas para casais quadrados, dirigida por Zé Renato, Tropicanalha (1989), de Aziz Bajur, Até que as sogras nos separem (1999), de Moacyr Veiga, entre outras. Em 2001, Berta Loran dirigiu o espetáculo Gay ou girls: eis a questão, de Ruddy Pinho.
No cinema, destacam-se suas participações em A ilha dos paquera (1966), de Fauzi Mansur, com argumento escrito por Renato Aragão, e Ipanema toda nua (1971), de Líbero Miguel. Berta Loran integrou, ainda, o elenco do longa-metragem Polaróides ubanas (2006), de Miguel Falabella, mais uma vez dando vida a uma judia, dessa vez dona de uma joalheria.


Fontes: Site Memória Globo, Blog Memória da TV, Site Cama de Gato, Site Programa da Peça, Site Alcione Mazzeo

Cordel Encantado (2011)
Filmografia:
1955 - Sinfonia Carioca
1957 - Garotas e Samba - Ninon Ervilha
1957 - Papai Fanfarrão
1958 - O Barbeiro que se Vira - Margarida
1960 - O Cantor e a Bailarina - Amiga de Natália
1966 - A Ilha dos Paqueras
1970 - Em Busca do Susexo - Dona Helena
1971 - Ipanema Toda Nua
1978 - Como Matar Uma Sogra
1978 - O Golpe Mais Louco do Mundo
1978 - O Amante de Minha Mulher
2006 - Polaróides Urbanas - Dona da Joalheria
2008 - A Guerra dos Rocha - amiga da Dina

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