Sérgio Pedro Corrêa de Britto nasceu no Rio de Janeiro no dia 29 de junho
de 1923.Considerado um dos maiores atores do país, Sérgio Britto foi
responsável pela direção de Ilusões Perdidas, primeira telenovela produzida e
exibida pela TV Globo. Apesar de seu pioneirismo na televisão, foi o teatro
que o consagrou.
Filho de Lauro e Alzira, seu pai era funcionário público e
sua mãe, dona de casa. Sérgio vivia com eles e o irmão, Hélio. Uma típica
família da Vila Isabel daquela época: todos religiosos, tradicionais e
conservadores.
A idéia de ser ator não passava por sua cabeça, tanto é que
chegou a cursar até o sexto ano de medicina, na Faculdade da Praia Vermelha.
Mas foi no teatro universitário amador, fazendo o papel de Benvoglio em Romeu e
Julieta, que Sérgio descobriu que o teatro seria sua vida. No ano de 1945
abandonou a medicina para se dedicar à sua paixão.
Sérgio foi o criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi,
que foi ao ar por mais de dez anos. Com elenco no qual se destacam Fernanda
Montenegro, Ítalo Rossi, Natália Thimberg, Manoel Carlos, Fernando Torres,
Zilka Salaberry, Aldo de Maio e Cláudio Cavalcanti, o teleteatro apresentou sob
o seu comando repertório de mais de 450 peças dos maiores autores nacionais e
estrangeiros. Depois de seis anos na extinta TV Tupi, o Grande Teatro
transfere-se, para a TV Rio e depois, por seis meses, para a TV Globo – um
programa formador de plateia, referência na história da televisão e do teatro
brasileiro. Na carreira teatral, mais de 90 espetáculos representados.
Em 1953, participa do primeiro elenco profissional do Teatro
de Arena atuando em Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens, direção de José
Renato; e dirigindo Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena. Ainda na
década de 1950, fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro
de Comédia (TBC), em que atua em A Casa de Chá do Luar de Agosto, Rua São Luís,
27 - 8º Andar e Um Panorama Visto da Ponte, sua última incursão no grupo.
Em 1959, formou sua própria companhia teatral, o Teatro dos
Sete, com Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli,
Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres, e apresentou no Teatro Municipal do
Rio de Janeiro a histórica montagem de O Mambembe, de Artur Azevedo.
Em 1960, especialmente para o Teatro dos Sete, Nelson
Rodrigues escreveu O Beijo no asfalto.
Em 1963, dirigiu na TV Rio, A morta sem espelho de Nelson
Rodrigues.
Em 1964, dirigiu mais duas novelas: Vitória e Sonho de amor,
esta última uma adaptação feita por Nélson Rodrigues do romance O tronco do
ipê, de José de Alencar, produzida pela TV Rio e exibida também em São Paulo
pela TV Record.
Em 1965, juntamente com Líbero Miguel, dirigiu a primeira
novela da Rede Globo, Ilusões Perdidas, e no elenco estavam Emiliano Queiroz,
Leila Diniz, Miriam Pires, Norma Blum, Osmar Prado, Reginaldo Faria, entre
outros.
Em 1969, na TV Excelsior, Sérgio dirigiu A muralha, de Ivani
Ribeiro, baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz. A novela tinha no
elenco Fernanda Montenegro, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Stênio Garcia e
Nathalia Timberg.
Em 1971, ao lado de Fernanda Montenegro, atua na peça O
Marido Vai à Caça de Georges Feydeau. Dirigido por Amir Haddad.
Em 1974, destaca-se como um dos intérpretes de A Gaivota, de
Anton Tchekhov, dirigida por Jorge Lavelli.
Em 1975, interpreta o Dr. Facchini, grande sucesso da novela
Escalada de Cassiano Gabus Mendes. A novela tinha no elenco Tarcísio Meira,
Renée de Vielmond, Suzana Vieira, Ney Latorraca e Nathália Timberg.
Em 1976, atuou no novela Anjo Mau, ao lado de Suzana Vieira,
José Wilker, Renée de Vielmond, Pepita Rodrigues, Osmar Prado, entre outros. A
novela de Cassiano Gabus Mendes foi exibida no horário das 19 horas e contou
com 175 capítulos. Dirigida por Régis Cardoso e Fábio Sabag, Anjo Mau foi a
penúltima novela em preto-e-branco exibida pela Rede Globo.
Em 1977, dirige Renata Sorrah, em parceria com Walter
Scholiers, em Afinal... uma Mulher de Negócios, de Rainer Werner Fassbinder.
Em 1978, fundou o Teatro dos 4 na Gávea, como sempre com sua
mania de números. E os quatro, na verdade eram três: Sergio Britto, Paulo
Mamede e Mimina Roved. Durante quinze anos produziram dezessete espetáculos de
teatro da maior importância, entre os quais: Os viciados; Assim é se lhe
parece; Tio Vânia; O jardim das cerejeiras, e muitas outras..
Em 1982, atuou na novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa.
Ao lado de Tereza Rachel e Ary Fontoura. Ainda em 1982, juntamente com
fonoaudióloga Glorinha Beutenmuller, ajuda fundar a CAL(Casa de Arte das
Laranjeiras), que hoje é considerada uma das escolas mais conceituadas na
preparação do ator no Brasil.
Em 1985, está em Assim É...(Se Lhe Parece), de Luigi
Pirandello, com direção de Paulo Betti.
Em 1985, atua ao lado de Rubens Corrêa e Ítalo Rossi em
Quatro Vezes Beckett, que marca o início da trajetória do diretor Gerald Thomas
no Brasil.
Em 1986, atua com Tônia Carrero, na peça Quartett, de Heiner
Müller e sob direção de Gerald Thomas.
Em 1989, assume a direção artística do Centro Cultural do
Banco do Brasil - CCBB.
Em 1990, Sérgio interpreta Antero Novaes, na novela
Pantanal, da extinta Rede Manchete. O personagem era viciado em pôquer, morre
no 15º capítulo da novela, quando está jogando com o neto e no jogo faz um
royal straight flush e morre de emoção.
Em 1993, na Globo, participou de Olho no Olho, onde
interpretou o Padre João.
Em 1994, Sérgio Britto integrou o elenco da minissérie
Memorial de Maria Moura.
Em 1996, lança sua autobiografia Fabrica de Ilusão: 50 Anos
de Teatro; (Funarte/Salamandra). No mesmo ano, interpreta o Conde Valadares, na
novela Xica da Silva, da Rede Manchete. A novela tinha Taís Araújo no papel
principal.
No ano de 2000, o ator fez papel de Teodoro Oliveira de
Barros, na novela Vidas Cruzadas, da Rede Record.
Em 2003, com a direção de Domingos Oliveira estreou Sergio
80, um espetáculo-solo que falava sobre as suas experiências em seus 80 anos de
vida.
Em 2008, interpreta Dom Pedro II. no especial da Rede Globo:
O Natal do Menino Imperador. Escrito por Péricles de Barros, com direção geral
de Denise Saraceni. No mesmo ano, com a peça A última gravação de Krapp e Ato
sem palavras I de Samuel Beckett, ganhou o prêmio "Faz Diferença", do
Jornal O GLOBO como Personalidade do teatro.
Em 2009, ganhou o Prêmio Shell de melhor ator, por A última
gravação de Krapp e Ato sem palavras I.
Em 2010, protagonizou juntamente com Suely Franco, a peça
Recordar é Viver, com direção de Eduardo Tolentino de Araújo. No mesmo ano,
lança sua segunda autobiografia O Teatro e Eu. Uma corajosa revisão de seus 86
anos de idade, dos quais 65 de carreira na televisão, cinema e, principalmente,
no teatro. Também em 2010, por conta de uma cláusula de exclusividade no
contrato com a Rede Globo, que Sérgio Britto não aceita, é substiuido por
Leonardo Villar, em Passione.
Apresentou o programa semanal Arte com Sérgio Britto, na TV
Brasil.
Morreu no dia 17 de dezembro de 2011 aos 88 anos de idade,
no Rio de Janeiro, devido a problemas cardiorrespiratórios.
Filmografia:
2006 - O maior
amor do mundo - Dirigido por Cacá Diegues
1991 - A Maldição
do Sanpaku - Dirigido por José Joffily
1986 - O
Quebra-Nozes - Dirigido por Alcino Diniz
1977 - Na ponta da
faca - Dirigido por Miguel Faria Jr
1976 - Gordos e
magros - Dirigido por Mario Carneiro
1973 - Caingangue
- Dirigido por Carlos Hugo Christensen
1965 - O desafio -
Dirigido por Paulo César Saraceni
1965 - Society em
baby-doll - Dirigido por Luis Carlos Maciel
1954 - A sogra -
dirigido por de Armando Couto
1954 - Destino em
apuros (também roteirista)
1953 - O homem dos
papagaios (também roteirista)
1953 - Uma vida
para dois (também roteirista)
1953 - Esquina da
ilusão - Dirigido por Ruggero Jacobbi
1953 - Luz apagada
- Dirigido por Carlos Thiré
1952 - Modelo 19 -
Dirigido por Armando Couto
1951 - O Comprador
de Fazendas - Dirigido por Alberto Pieralisi