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Cinema Latino

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Glauber Rocha

O Imaginário da Transgressão



"Eu sou um apocalíptico que morrerei cedo... Às vezes sinto-me louco e absolutamente feliz dentro de uma infinita solidão." (Paris, 1973)

Glauber Rocha nasceu na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia. Alfabetizado pela mãe, estudou no Colégio do Padre Palmeira. Em 1947 mudou-se com a família para Salvador, onde seguiu os estudos no Colégio 2 de Julho.
Começou a realizar as filmagens de seu curta Pátio, em 1959, ano que ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, que logo abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística. Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema.
Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Era visto pela ditadura militar que se instalou no país, em 1964, como um elemento subversivo.


Um dos maiores cineastas de todos os tempos, seus filmes misturam vários elementos, como o político, o faroeste, o épico, numa misturança do real ao irreal.
Nunca se prendeu a um estilo definido, realizou discursos, onde criticava de forma feroz a sociedade, pretendia cortar radicalmente com a estética comportada importada dos Estados Unidos da América. Assim foi uma pessoa controvertida e incompreendida, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo, que achava em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor.
Faleceu, em 22 de agosto de 1981, vítima de septicemia, ou como foi declarado no atestado de óbito, de choque bacteriano, provocado por broncopneumonia. A cultura perdia um dos mais originais e contestador de seus elementos. Glauber foi o artista da explosão, da contestação, da inquietude. Foi um homem completo.




"Sem linguagem nova não há realidade nova."

"A Arte é a dimensão anárquica da matéria onírica"

"A violência é um resíduo apocalíptico do machismo"




"Sou famosíssimo e paupérrimo."

"Acho que é uma função digna do cinema mostrar o homem ao homem"

"O Estado é mais forte que o Poeta "

"Continuo fechado com minhas posições de um cinema terceiro-mundista. Um cinema independente do ponto-de-vista econômico e artístico, que não deixe a criatividade estética desaparecer em nome de uma objetividade comercial e de um imediatismo político. "



"Os filmes revolucionários têm de ser melhores que os filmes reacionários em todos os níveis. A linguagem do cinema revolucionário não é a linguagem expositiva, antidialética de Costa Gavras ou Elio Petri.
Isto não quer dizer que Petri e Gavras, que são honestos comunistas, possam ser amanhã revolucionários comunistas. Eu gosto e apóio o NewsreeI de Robert Kramer mas tenho certeza que Godard é o mais criador cineasta revolucionário do momento, com todos os erros teóricos que comete".



"Isto porque o cinema de Godard traz sempre imagens iluminadas que nos revelam o homem além de um conceitualismo antidialético.
Quando Marx denunciou a escravidão econômica, estava pregando uma sociedade onde o homem não existisse em função da economia.
Por isto os artistas são tão necessários à sociedade quanto os engenheiros.
Os artistas são engenheiros de uma ponte abstrata. E os engenheiros são artistas de uma comunicação sobre o abismo."

"Estão confundindo minha loucura com minha lucidez"

"Vou viver a fase da luz e depois morrer"

"Falo muito e às vezes digo algumas besteiras"

Texto extraído do blog A falha de Obi Wan


2 comentários:

  1. Oi M,

    Glauber é maravilhoso, sempre bom falar dele, faz bem aos meus ares revolucionários.

    Abraços

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  2. Olá M., como vai?

    Ah que recorte mais interessante que você fez. Há pessoas, fatos e situações que definitivamente DEVEM SER SEMPRE LEMBRADAS! e realmente, é de se questionar: 'como seríamos sem os artistas?' sem aqueles que deixaram suas marcas com suas sabedorias e insanidades.

    Boa semana! :*

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